18.2.07

má memória


A brincar, a brincar, o programa Grandes Portugueses veio ajudar os saudosistas da ditadura a mostrar que ainda seriam capazes de restaurar a mesma se as condições se proporcionassem - ou se proporcionarem... Por isso é necessário denunciá-los.

Diz o autor do programa sobre Salazar:

QUE este nunca abusou do Poder.
RESPONDO: 1926 a 1968 (mais de 40 anos no poder)

QUE Salazar não foi um totalitário.
RESPONDO: instituiu a censura, proibiu os sindicatos e os partidos, centralizou todo o Poder na sua pessoa e instituiu uma polícia política que dominava as ruas, os cafés, as escolas, todos lugares públicos e não só, e que perseguia a partir daí as pessoas que simplesmente discordasem do Governo – perseguia-as, torturava-as e muitas vezes matava-as.


QUE Salazar não era populista, não se preocupava muito em que a sua política agradasse ao Povo; exerceu o poder de um modo distante porque o seu fim era Portugal. RESPONDO: Um Portugal sem Povo, pelos vistos!

QUE o regime não tinha características fundamentais do fascismo. RESPONDO: É uma velha discussão técnica… Mas o que é certo é que Salazar copiou e aplicou o modelo fascista de organização e de actuação política e criou instituições directamente inspiradas no fascismo e até no nazismo, de que a Mocidade Portuguesa e a Legião Portuguesa são exemplos incontornáveis.

QUE só podemos entender os políticos à luz da sua época e no seu contexto. RESPONDO: Mas então, desse ponto de vista, todos os regimes autoritários da época estão justificados ! E o Stalinismo mais que qualquer um pelo seu conteúdo ideológico de libertação dos povos.

QUE refugiados da Guerra Mundial foram protegidos por Salazar. «Lisboa foi assim um oázis de paz na Europa. RESPONDO: A paz dos cemitérios, era como nós lhe chamávamos, nós os que não eramos lacaios da tirania. Nós os que desejavamos viver num país livre, humano e desenvolvido. Que oázis era este de onde os portugueses fugiam para sobreviver como emigrantes em França, na Alemanha e outros países?

QUE Salazar acreditava que a conservação das colónias era uma luta necessária para evitar que Portugal fosse absorvido pela Península Ibérica. RESPONDO: Disparate! As colónias não enriqueciam Portugal, pelo contrário – sacrificaram a riqueza do país e sacrificaram milhares e milhares de famílias no processo imparável da guerra colonial.

QUE, de resto, ter um império ultramarino era normal nos anos 50, mas não já depois … e aí portugal ficaria isolado mais tarde na comunidade internacional. “Orgulhosamente sós” era o seu lema mas na verdade destinava-se mais a uso interno já que na realidade o país mantinha relações diplomáticas normais com os outros países e com as organizações internacionais como a NATO, o FMI …
RESPONDO: E o discurso de Franco Nogueira a uma assembleia esvaziada da ONU, por exemplo, significava o quê? Há imagens disso em arquivo!!!

QUE em 1974 Portugal mantinha o controlo territorial de todo o Império. RESPONDO: não é verdade nem é prestigiante para Portugal.

QUE no início dos anos 60 o MPLA causa grande “perturbação e alarme” em Luanda. RESPONDO: o MPLA lutou pela independência do povo angolano, desculpem se fez muito barulho por tão pouca coisa…

QUE no tempo de Salazar houve repressão, prisões… como fariam os governos provisórios e o COPCON a seguir ao 25 de Abril de 74. RESPONDO: Eu não sei se Salazar foi “um patriota e um grande português” como diz o senhor Nogueira Pinto, mas que este senhor é um grande mentiroso, é!

2 comentários:

porteña disse...

Es grave lo que comentas. Acá también hay gente que sigue "defendiendo el legado" de la dictadura, yo me imaginaba que era por que aun está cercana en el tiempo...pero con lo que comentas tu, al parecer la nostalgia por las tiranías es una enfermedad crónica.

A estar alerta, muy alerta.

Un abrazo

antónio m p disse...

Amiga, me parece que estão a preparr uma versão igual para a TV do Chile, para breve. Preparem-se!
Abraço.