19.7.14

Dívida impúdica

«Do ponto de vista económico-financeiro, se se fizesse um estudo actuarial, descontando as dívidas fictícias, os juros usurários, os juros dos juros, os gastos e comissões desproporcionados e a fuga de capitais, chegar-se-ia à conclusão de que a dívida foi totalmente paga e provavelmente seria visto que os supostos devedores são na realidade credores.
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Um documento de 25/Junho/2001 de Jubileo Sur diz que em 1980 os países do Sul deviam 567 mil milhões de dólares, que desde então pagaram 3,45 milhões de milhões, ou seja, seis vezes o montante da dívida de 1980 – e que no entanto devem actualmente mais de dois milhões de milhões, ou seja, três vezes e meia mais que em 1980.
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Pode-se afirmar que a dívida externa dos países do terceiro mundo é jurídica, económica e financeiramente inexistente e eticamente insustentável e que a sua subsistência faz parte do sistema mundial dominante caracterizado pela hegemonia do capital financeiro parasitário que funciona como uma bomba aspiradora do trabalho e da poupança dos povos de todo o mundo, sendo os mais afectados os países pobres e dentro deles os sectores mais desfavorecidos da população.

Biggs: "O custo de manter a vigência destas obrigações através do seu ajuste e reprogramação constante proporciona uma espécie de renda perpétua aos credores e, ao mesmo tempo, representa uma drenagem permanente da economia dos países devedores" »


Excerto de um texto de Alejandro Teitelbaum recortado em português AQUI

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