16.8.14

Argentina soberana

Para pagar a dívida pública da Argentina, a presidente do país apresentou aos credores uma renegociação.

A grande maioria deles aceitou as condições e uma pequena parte não aceitou.


O governo argentino, através do Banco de Nova Iorque, procedeu à transferência do valor acordado, de 539 milhões de dólares, para os credores signatários do acordo.

Entretanto, os fundos de investimento credores que não subscreveram o acordo, interpuseram uma acção judicial nos Estados Unidos da América, destinada a exigir o valor integral dos títulos da dívida argentina comprados a preços baixos, após a moratória de 2001. Ao mesmo tempo, o fundo Aurelius, que lidera esta exigência, faz declarações públicas que são verdadeiras ameaças contra o governo argentino.

Uma sentença a favor dos “fondos buitres” calcula que a Argentina deve àqueles credores 1.500 millões de dólares. O juiz Griesa do tribunal norte-americano, decidiu a favor destes fundos especulativos, para que cobrem US$ 1,33 bilhão em títulos argentinos em moratória desde 2001, e ordenou que o pagamento seja feito simultaneamente ao vencimento da dívida reestruturada por Buenos Aires em 2005 e 2010.

Com a decisão dos tribunais norte-americanos, o governo argentino foi impedido de pagar o valor já negociado com grande parte dos credores, ao mesmo tempo que foi obrigado a depositar a quantia em juízo. O valor acordado continua retido nas contas do banco por disposição do juiz.

“No existe la figura jurídica de retener; o se embargan o se distribuyen los fondos como dice su sentencia”, afirmou a presidente Cristina.

O governo argentino apresentou à Corte Internacional de Justiça de Haia, na Holanda, uma queixa contra os Estados Unidos, invocando que estas decisões adoptadas por tribunais norte-americanos a respeito da reestruturação da dívida argentina violam a soberania de Buenos Aires e criam inconvenientes para o processo de reestruturação da dívida pública argentina.

O governo argentino atribui responsabilidade internacional aos Estados Unidos pela violação das obrigações de respeitar a soberania de outras nações, e de não aplicar ou estimular medidas de carácter económico e político a fim de forçar outros estados a decidir o que quer que seja, já que esta decisão surge principalmente da acção de um de seus órgãos de Estado, o Poder Judiciário.


Fontes:
El Mundo, Paginapopular.net, Folha de S. Paulo, Globo.com e outros.

2 comentários:

antónio m p disse...

Los fondos buitre

El 9% restante de la deuda es la que habían adquirido los llamamos “fondos buitre”, es decir, inversores que expresamente compran deuda en riesgo de suspensión de pagos (con tipos de interés muy altos pero con gran posibilidad de impago) para hacer negocio logrando por vía judicial que se pague al 100%.

Para lograrlo, los buitres no aceptan nunca ningún tipo de reestructuración y pleitean en países favorables —normalmente Estados Unidos o Inglaterra— para reclamar cantidades multimillonarias por los títulos que poseen. Para ganar solo necesitan que el país se vea forzado a la reestructuración (y para ello hacen todo lo posible para que la economía en donde han comprado títulos se hunda) y que un juez les dé la razón, como últimamente ocurrió en Estados Unidos con la deuda propiedad de Paul Singer, el propietario de un fondo buitre de menos de 300 empleados que ahora pone en jaque a un país con más de 40 millones de habitantes.
http://alainet.org/active/76056

antónio m p disse...

"Fundos abutre" são companhias financeiras que compram instrumentos de dívida a preços irrisórios para utilizar em negócios obscuros em que recuperam quantias muito maiores da dívida e ganham assim uma fortuna.

No caso da dívida argentina, o mais importante "fundo abutre" envolvido chama-se NML Capital , o qual é subsidiário de uma empresa dirigida por Paul Singer que é um bilionário e um importante doador para o Partido Republicano dos EUA.