4.2.16

Banco a banco enchem o papo

BPN
Crise interna que vem de antes da crise financeira de 2008.
Tem na génese fraudes e irregularidades. Sofreu uma queda acentuada de depósitos.
Solução: foi incorporado na Caixa Geral de Depósitos (nacionalização) e depois vendido ao BIC angolano, por 40 milhões de euros. No entanto, os novos accionistas não desembolsaram capital para realizar a compra!
O Estado assume os custos com a eventual cessação dos vínculos laborais dos trabalhadores.
A factura total para os contribuintes pode chegar a 5,2 mil milhões de euros.

BPP
O banco tinha feito investimentos arriscados.
Em Dezº de 2008 o Governo deixa o banco à sua sorte e cria um fundo de 450 milhões de euros para reaver (?) parte dos investimentos perdidos por clientes.

Nesse ano de 2008, os três principais administradores - João Rendeiro, Paulo Guichard e Fezas Vital -, receberam 6,4 milhões de euros. Só João Rendeiro (na foto), antigo presidente do conselho de administração, arrecadou 2,8 milhões. João Rendeiro acumulava dívidas fiscais relativas ao seu salário à frente do banco, num valor que ronda os três milhões de euros que viria a pagar. Seriam todos absolvidos no julgamento de 2015.

Em Abril de 2010, verificada a inviabilidade dos esforços de recapitalização e recuperação, o banco é dado como insolvente pelo Banco de Portugal – situação sem precedentes.
O Estado é credor de 450 milhões da massa falida mas a Comissão Europeia ordenou que Portugal recuperasse apenas o montante referente à ajuda que foi prestada em 2010 – que o BPP diz ser de 23 milhões.

BES
O BES e o GES foram máquinas de absorção de dinheiro sem actividade
Financiou muitas empresas importantes e clubes de futebol. Recusava a recapitalização pública.  Medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal. Prejuízos futuros dependem do valor da venda do banco.
A factura foi paga pelos accionistas que pagaram tudo depois…

Está ainda a tentar-se vender o Novo Banco. A Comissão Europeia concedeu uma extensão do prazo limite para a venda da instituição além de Agosto de 2016. Não é revelado o novo prazo, mas essas extensões podem ser concedidas por períodos de um ano. Ainda assim, Bruxelas é explícita ao dizer que não revela o prazo, para "proteger a eficácia do processo de venda"
«Nos casos excepcionais, como o presente, em que o Estado seja chamado a prestar apoio financeiro temporário ao Fundo de Resolução,  esse apoio será posteriormente reembolsado (e remunerado através do pagamento de juros) pelo Fundo» - "esclarece" o Banco de Portugal.

BANIF


Em 2012 o Estado injecta 1100 milhões de euros. 

Exigia-se um plano de viabilização em 3 anos mas a União Europeia não avalizou nenhuma das 6 ou 8 propostas de plano apresentadas pelo banco e pelo governo.

«Na realidade, a tramoia já vem de longe e foi só por razões políticas que a questão do Banif foi escondida, nos termos de um acordo ou de uma concessão do Governador do Banco de Portugal às conveniências eleitorais de Passos Coelho», segundo Francisco Louçã.


Em Dezembro de 2014, a Comissão Europeia propôs ao anterior Governo uma solução para o Banif, que permitiria, em seu entender,resolver rapidamente o problema do banco, com os activos “tóxicos” a serem colocados num veículo especial e o negócio saudável a ser vendido de forma gradual, até ao final de 2017 - segundo o Diário Económico.

O caso Banif vai custar aos contribuintes pelo menos mais 2.200 milhões de euros. Há quem diga que a proposta de Bruxelas implicaria uma resolução mas que "poderia" ter custos inferiores.

Sem comentários: