29.5.16

Escolas públicas e vícios privados



Assunção Cristas, líder do CDS-PP questiona porque é que hão-de ser as escolas privadas ou cooperativas a não abrir novas turmas e não a escola pública. Cristas defende que se deve mudar “o modelo”. Quer ela dizer: mudar o Estado de maneira que ele deixe de cumprir a sua função social. Nada de novo, é a cassete da Direita!

Por isso é que não assistiremos à "notícia" seguinte:

26.5.16

Bastidores da Tv: "Nós os jornalistas"

Há os vaidosos que são jornalistas, como Daniel Oliveira (o do Eixo do Mal e não o outro), e há os jornalistas que são vaidosos, como um tal José Gomes Ferreira (o do Negócios da Semana, não o poeta). Até parece que o demo se vinga da bondade de uns, atribuindo o seu nome a outros.

"Nós jornalistas" é a expressão mais "recorrente" de J. Gomes Ferreira, cujas "perguntas" deixam pouco espaço aos entrevistados para as respostas que era suposto justificarem a sua presença. E isso faz-me lembrar um episódio passado numa reunião de produção a que assisti há uns anos na RTP.

A certa altura, a apresentadora "puxou dos galões" para argumentar contra o realizador, nestes termos: "É que sou eu que dou a cara no programa!". Resposta oportuna da directora: "Hoje és tu; amanhã, não se sabe...".

Fica aqui o conselho ao J. G. Ferreira: tente saber o que é feito de muitos jornalistas, vedetas e estrelas do passado da Televisão que foram devolvidos à sua condição de pessoas comuns, de um momento para o outro e sem saber porquê.

A propósito, segue uma "peça jornalística" recolhida no Youtube

16.5.16

Zangam-se as comadres...

Octávio Ribeiro, director do Correio da Manhã desde 2007, não é um jornalista recomendável, mas o excerto de uma entrevista que ele deu ao “Sol” em 2013, conta alguns episódios interessantes das pessoas com quem se relacionou, de que cito apenas esta pequena passagem:

OR - quem convida o josé eduardo moniz para a tvi é o belmiro (de azevedo), apesar de já estar

SOL - como é a sua relação com (josé eduardo) moniz?
OR - da minha parte é de respeito.

SOL - mas não é por causa dele que sai a segunda vez da tvi?
OR - não é por causa dele, é porque não me revia na forma como se geriam as pessoas. acho que os trabalhadores não precisam de ser servis para serem competentes e eficazes.

SOL - essa é a fase em que era frequente a tvi ter profissionais emprateleirados?
OR - sim. havia decisões de uma violência inaudita e injusta. a mim nunca me atingiram, bem pelo contrário, mas não consigo estar alheado do que se passa à volta.

14.5.16

O que querem os brasileiros?

Mais serviços públicos e com melhor qualidade, nomeadamente em matérias de saúde, educação e segurança pública. Este é o desafio declarado de Michel Temer.

A confiança e a unidade do povo brasileiro, que ele elegeu como objectivos no seu primeiro discurso como presidente (não eleito), não significarão nada se o seu governo ilegítimo não mostrar avanços nestes domínios, e será bom ter presente que os governos (eleitos) de Lula e de Dilma deram passos gigantescos nesse sentido sem que isso impedisse a destituição desta.

Dir-se-ia que é tudo uma questão de “conjugação de forças”… mediáticas.

Tanto quanto alguns a imaginam, a agenda política de Temer que lidera um governo provisório, carece de uma revisão da Constituição, o que exige a adesão de 3/5 dos deputados, o que não seria de estranhar que conseguisse, tendo em conta os dois terços conseguidos na assembleia parlamentar. Mas daqui a seis meses virá o tempo de confirmar se o número de conspiradores se mantém. É a prova da viabilidade do seu projecto.

Dilma chama 
"farsa jurídica" ao processo da sua destituição: “Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes”.A oposição acusa-a de violação da lei fiscal com implicações graves na economia. O certo é que o Supremo Tribunal Federal validou o processo de impeachment . Mas o que conta, para efeitos políticos, é o que vai acontecer agora, com este “governo de facto”… e de fato. 

Mesmo aqueles brasileiros que não dão muita importância à seriedade dos novos governantes ou à falta dela, como parece, irão dar importância à distribuição da riqueza, aos impostos, ao emprego, à segurança social, à qualidade da saúde, do ensino, dos transportes…

E não há campanha mediática que chegue para anestesiar uma população que se confronta com a realidade.

8.5.16

"A Arte da Guerra" na Venezuela

Sun Tzu, se existiu realmente, foi um estratega chinês que viveu e morreu antes de Jesus Cristo – o que interessa pouco para aquilo a que venho.

O que pode interessar são as suas teorias sobre A Arte da Guerra, nomeadamente aquela que diz – passe a tradução - que “A estratégia principal das operações militares é desprover o inimigo de alimentos o mais possível”.

Os Estados Unidos da América aplicaram este princípio a Cuba, desde 1962, com o famoso “bloqueo”, isto é, o embargo económico, comercial e financeiro. Mas agora os EUA estão a mudar de estratégia nas relações com o país dos Castros, tentando afrouxar a solidariedade entre este e a terra de Bolívar, dado o papel preponderante da Venezuela no rumo progressista que a América Latina vinha prosseguindo nos últimos anos.

Perdeu actualidade a teoria de Sun Tzu? Não. A questão é que a guerra se desloca no terreno. Agora a privação de alimentos, medicamentos e outros produtos essenciais é desencadeada na pátria de Chavez – o novo fantasma socialista da região.

Se não há diminuição significativa da produção e da importação de bens, como se explica que eles escasseiem na distribuição?

Se o país não tem produtos, como é que estes aparecem no “mercado negro”?

Que papel desempenham nesta situação, uma dúzia de empresas privadas que concentram a produção e distribuição dos produtos básicos? O que se pode esperar quando uma única destas empresas conta com 62% da produção de farinha, por exemplo?

Sem prejuízo da discussão sobre a competência política e económica do governo venezuelano, é caso para perguntar se o problema da Venezuela é socialismo a mais… ou a menos! Mas Sun Tzu já não está cá para nos responder.

5.5.16

Grande Desinformação

Merece o prémio Grande Desinformação, o esforço de Victor Gonçalves para pescar numa frase, numa palavra, num sinal, qualquer coisa que pudesse ser visto como fragilidade no entendimento das esquerdas que suportam o Governo de António Costa.

Durante todo o tempo da Grande Entrevista desta Quarta-feira – grande pela extenção e não pela qualidade -, o inquiridor, disparou todo o arsenal de suspeitas que a imaginação pode juntar, para ferir a confiança na durabilidade do Governo, sempre centrado num único ponto que não é o conteúdo político do entendimento, mas sim os jogos de poder.

Que importa a validade ou não, a necessidade ou não, a justiça ou não das políticas que unem os partidos de esquerda?! O que importa é arranjar uma cunha que os divida.

Continua, Victor. Sabes que não estás só. O que estás é muito mal acompanhado!

1.5.16

Dia dA TrabalhadorA

Convenientemente esquecida a polémica sobre o caracter machista que o Bloco de Esquerda atribui à designação “Cartão do Cidadão”, vemos agora que este combate tem ramificações no Brasil e na ecuménica Igreja Católica, como se pode ver no recorte junto, que integra um blogue religioso brasileiro.

Mas pensando melhor, o Brasil não é ramo do Bloco, mas raiz, se tivermos em conta que esta luta remonta à designação de “Presidenta”, requerida por Dilma Rousseff para a primeira figura do Estado brasileiro,

Mais do que o conteúdo destas polémicas, ressalta, a meu ver, a prioridade que lhes é dada por entidades que se julgaria estarem mais preocupadas com os problemas práticos e imediatos, económicos e sociais das populações.

Melhor faz Marcelo Rebelo de Sousa ao rever a polémica linguística sobre o “Acordo Ortográfico”, o que mostra a diferença entre crentes e praticantes.

Os sublinhados a verde são meus.