1.6.11

Os fins e os meios


A propósito do Memorando assinado pelo Governo com a "troika", discutia-se uma velha questão: se os fins justificavam os meios.

Os fins seriam, como se faz crer, "salvar o país da banca-rota". Os meios seriam, como é bom saber, a precarização do trabalho e a facilitação dos despedimentos, reduções de salários e congelamento de pensões, aumento dos impostos sobre os trabalhadores, privatizações...

Nada que preocupasse o Albino, tão cínico como o seu homónimo Forjaz Sampaio, desempregado militante cujos compromissos com a sociedade não eram nenhuns e que fazia apenas o que a ele próprio aproveitasse - no seu próprio dizer: beber e f...!

Para mim - rematou o Albino quando lhe apeteceu virar a mesa de discussão - os finos justificam as meias! *

Eu já vi o Albino a comer sardinhas numa campanha eleitoral; o que nunca vi foi o Albino a votar. E nada me faz crer que o vai fazer agora.


Confrontei-o, por isso, com esta sentença de Albert Einstein: «O Mundo não está ameaçado pelas pessoas más e sim por aquelas que permitem a maldade». E fiz-lhe notar, o que não seria necessário, que nós temos as políticas que queremos.

O Albino que no fundo é um filósofo dos antigos, pediu inspiração num gole de cerveja e enquanto limpava os lábios com as costas da mão, pôs uma cara de anjo que me fez lembrar Jerónimo de Sousa, e respondeu: - Eu só não vou votar porque não quero "merlindrar" ninguém...

Definitivamente, o Albino, já não é um homem deste tempo; deixou-se ultrapassar pelo cinismo moderno !

NOTA: Para quem não fôr do Norte, o "fino" é um copo de cerveja a que noutros lugares chamam "imperial".

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