29.12.21

Ano Novo

“Vimos tudo o que pudemos ou não imaginar e nada era ainda o fim dos tempos. Escravaturas, inquisições, fascismos, revoluções, conflitos e traições, vietnames, bósnias, palestinas…”
Que poderá trazer de novo o Ano Novo? Novos actores para velhos dramas?

("Ao deus-dará" - via Wook)

26.12.21

Somos mais porcos do que deuses

A arrogância do ser humano impede-o de se ver tal como é. Desde logo inibe-o de reconhecer a sua natureza predominantemente irracional. O seu comportamento, porém, denuncia-o e de forma exuberante: desde as peregrinações religiosas até às concentrações “desportivas” e à fidelidade partidária ou ao fervor patriótico. Mas também, a cada passo, a cada gesto, nos sentimentos de ódio e de paixão, na reacção raivosa e no fascínio pelo belo – na verdade, em todos os sentimentos.

Neste imenso domínio do ser humano, a irracionalidade ultrapassa e esmaga a componente racional do Homem. Muito mais nos parecemos com os porcos que existem do que com os deuses que imaginamos.

Não digo estas coisas para que nos humilhemos, como fazem os religiosos. Digo isto para que nos libertemos das algemas que nos furtam ao direito de aceitar a realidade, de nos conciliarmos com nós mesmos, de nos satisfazermos sem remorso. Aproveitando a dimensão racional, sem dúvida, mas conciliando-a com a dimensão irracional na circunstância da unidade de que somos feitos.

Esta tese suscita algum desenvolvimento teórico em diferentes campos da ciência: da antropologia à psicologia, nomeadamente.

19.12.21

Porque hoje é domingo 111

Naqueles dias, Maria dirigiu-se a uma cidade da Judeia. “Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel”, sua prima. Ambas haviam sido engravidadas pelo Espírito Santo; ambas foram “informadas” disso por um tal Gabriel; ambas reproduziam uma história que tinha acontecido a 25 de Abril, ao que consta, mas com Mitra que viveu muitos séculos antes. Mas é Natal e ninguém leva a mal

(Baseado na homilia católica de hoje que invoca o evangelho de Lucas 1,39-45)

12.12.21

Porque hoje é domingo (110)

Perante estas declarações de João Baptista, que são invocadas nas homilias de hoje, é inevitável perguntar se ele era comunista ou liberal:

As multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?». Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo».
Vieram também alguns publicanos para serem baptizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?». João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito».

Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?». Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo».
(Lc 3,10-18)