27.3.22

Porque hoje é domingo 116

Hoje não vou comentar o texto do Evangelho que inspira as homilias do dia: o regresso do filho pródigo. O dilema entre justiça e tolerância exigiria demasiado esforço para aquilo que me pagam... Em compensação, publico uma imagem recolhida hoje mesmo na Rua de Sta Catarina, no Porto:

20.3.22

Porque hoje é domingo (115)

Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então, disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a!’

Esta parábola atribuida a Jesus, que a piedosa Igreja de Francisco invoca neste domingo, mostra o pendor criativo do Criador, mas não menos a sua crueldade, considerando a comparação que faz das figueiras com as pessoas.

A ideia de pecado, cujo sentido a Igreja vai definindo conforme as suas conveniências históricas, acirra o medo nos cérebros humanos para controlar os seus comportamentos. Nada que os tiranos de todos os tempos e geografias não saibam usar com mais ou menos artifícios e outras armas.

Qualquer semelhança dos métodos religiosos com "lavagem ao cérebro" não é coincidência.

6.3.22

Putin e Zelensky, a mesma luta!

Ucrânia é o único país a ter nas forças armadas um batalhão neonazi assumido: o Azov.

O Batalhão de Azov – o mais notório agrupamento de neonazis ucranianos que opera sob chancela governamental, mas não o único – foi oficialmente constituído em 5 de maio de 2014, portanto três dias depois do massacre de 42 antifascistas em Odessa, queimados vivos

A primeira ‘façanha’ assumida pelo Azov foi esmagar o levante antifascista em Mariupol em junho de 2014, com cerca de 100 mortos em duas semanas na cidade e arredores. A cidade permanece refém dos fascistas até hoje.

Relatórios do Escritório do Alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e da Anistia Internacional ligaram o Batalhão Azov a crimes de guerra, como saques em massa, estupro, sequestros, tortura e execuções.

Fonte: https://horadopovo.com.br/ucrania-e-o-unico-pais-a-ter-nas-forcas-armadas-um-batalhao-neonazi-assumido-o-azov/

Porque hoje é domingo 114

Neste domingo, 6 de Março, a Igreja invoca mais uma reportagem de Lucas (Lc 4,1-13).

A cena passa-se no deserto, quando Jesus regressava do Jordão era conduzido a vários lugares em que era tentado pelo diabo. Como o evangelista começa por dizer que o Senhor era conduzido pelo Espírito Santo, ficamos sem saber ao certo quem conduzia Jesus, mas não ficamos menos perplexos por saber que o Filho de Deus se deixava conduzir pelo mafarrico! E como Lucas não esclarece quem testemunhou o acontecimento em que apenas estavam presentes as duas personagens, mais ninguém, temos que admitir que a informação lhe pode ter sido dada pelo demo de quem se espera que diga mentiras.

Adivinhando sem dificuldade que o companheiro de viagem “sentiu fome” ao fim de quarenta dias sem comer – a famosa quarentena – o diabo aproveitou para desferir a primeira tentação: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão”. E Jesus respondeu: “Não só de pão vive o homem” – coisa que todos nós já dissemos também algum dia.

Segue-se que o diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isto foi entregue a mim e posso dá-lo a quem quiser. Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu”. «Aqui a notícia carece de exatidão» - digo eu, parafraseando Xico Buarque. Em que lugar da Terra é que se avistam todos os reinos do mundo? E quem podia ter entregue tanta riqueza ao malvado para com ela tentar subornar o próprio Criador?

Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! E Jesus, apesar de acompanhar o diabo, obedientemente, terá avaliado o risco da queda – isto sou eu que digo! – e recusou dizendo: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’”. Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno – conta o Lucas – que é todo o tempo, como nós próprios podemos testemunhar.

Mas esta história absurda remete para outra reflexão mais abrangente: de que nos serviria Deus se o diabo não existisse?

2.3.22

Mártires ou vencedores?

Os aventureiros adoram correr riscos e estão no seu direito sobretudo quando têm boas razões. O problema é quando eles arrastam seus povos nesses riscos, sabendo que a sua aventura não tem condições para sair vencedora. A Democracia não precisa de heróis, mas sim de vencedores.

É caso para dizer que as vítimas protestam e a caravana passa.
Fonte: CNN Brasil