23.3.19

Ser ou não ser
uma democracia

«O PCP defende uma democracia avançada tendo em conta os valores de Abril, sem perder a perspectiva da construção do socialismo», cita Jerónimo de Sousa sem perder de vista satisfazer "revisionistas" e revolucionários. É compreensível.

Polígrafo - Porque é que tem tanta dificuldade em admitir que não há uma democracia na Coreia do Norte?
Jerónimo de Sousa - O problema não é esse. O que é a democracia? Primeiro tínhamos de discutir o que é a democracia.

Aqui fica a minha reflexão

Para os comunistas, democracia é sobretudo igualdade social, isto é, abolição das classes antagónicas inerentes às sociedades capitalistas. É neste sentido que desdenham dos regimes e partidos social-democratas.

Para os social-democratas, por seu lado, democracia é um regime estruturado na base do pluralismo partidário, da separação de poderes (legislativo, executivo e judicial) e do liberalismo económico.

Assim como acontece com o conceito de democracia, também o conceito de liberdade concorre para identificar um regime e o outro. Quanto a este, porém, e ao contrário do que parece, as diferenças são menos radicais já que ambos restringem as liberdades àquelas que preservam os respectivos regimes.

Em todo o caso, é indisfarçável que comparar as liberdades nestes diferentes regimes é como comparar as liberdades de um prisioneiro com as liberdades de um cidadão comum – sabendo-se que também os presos têm direitos e liberdades.

O pecado original do comunismo enquanto regime é manter na sua doutrina aqueles conceitos e métodos revolucionários que fizeram sentido quando se tratava ou trata de derrubar ditaduras de direita.

Também o conceito de ditadura, a propósito, marca um aspecto distintivo dos regimes: a experiência revela que as ditaduras de direita agravam sempre as desigualdades sociais enquanto as ditaduras de esquerda confrontam essas desigualdades. Que ambas favoreçam a corrupção é outra questão.

Vemos pois como é o princípio da igualdade social que distingue essencialmente os dois conceitos de sociedade, seja no domínio das liberdades, seja no domínio dos poderes.

19.3.19

Bombardeamento... noticioso

Não houve qualquer ataque químico em Duma, na Síria, 
no dia 7 de Abril de 2018.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ/OPCW) investigou o local, não detectou vestígios de substâncias tóxicas nem conseguiu contar os mortos, "se é que os houve". As imagens foram encenadas, como têm vindo a denunciar numerosos jornalistas que respeitam a ética da profissão. 

Esse suposto "ataque", recorda-se, levou os Estados Unidos, a França e o Reino Unido a bombardearem a Síria uma semana depois. No entanto, a informação dominante que intoxicou o mundo com as imagens falsas não restaura agora a verdade nem sequer dá relevo ao relatório da OPAQ.

Ver mais em https://www.oladooculto.com/

14.3.19

Vale tudo contra a Venezuela

A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros tem em seu poder, há nove meses, cartas de observadores internacionais das últimas eleições presidenciais venezuelanas invalidando toda a argumentação de Bruxelas e de governos de Estados membros sobre a suposta falta de legitimidade da consulta popular.


As posições europeias contra o governo de Caracas “têm apenas motivações políticas, porque não podem ser suportadas por alegadas incorrecções eleitorais, que não existiram”, afirma-se no próprio departamento chefiado pela italiana Federica Mogherini.


Fonte: O LADO OCULTO

6.3.19

A mensagem de Osíris no Telemóvel

Set assassinou o seu irmão Osíris e usurpou-lhe o seu trono. Entretanto a esposa de Osíris, Ísis, reconstituiu o corpo da vítima ... e  tal.


Se Osíris representa a Palestina, Set representa Israel e o trono representa o território palestiniano, a metáfora está perfeita, a mensagem é genial. Mas se a canção “Telemóvel” que um tal Osíris leva ao Festival da Canção, na Palestina, é apenas um chorrilho de disparates gerados numa noite de bebedeira, parta o telemóvel de uma vez e, a seguir, entregue-se à fúria de Set.