30.11.09

Que eu me engane, América Latina !

Nas eleições que decorreram este domingo, 29/9, nas Honduras, para vários cargos, o resultado mais esperado em relação ao cargo presidencial, não é sobre o candidato mais votado mas sim o grau de afluência às urnas, face ao contexto e às circunstâncias em que decorreram. Um contexto de golpe de estado em que o presidente deposto à força apela à abstenção, e numas circunstâncias de repressão policial e participação da Igreja Católica.

A UE, o Brasil e a Venezuerla já declararam a sua recusa em reconhecer a legitimidade das eleições; os EUA , Canadá, Panamá, Costa Rica y Perú, terão manifestado a intenção de aceitar os resultados.

Falta saber que influência terá na situação, a Cimeira Ibero-Americana que decorre em Lisboa por estes dias. Tendo em conta a ausência de Cuba e Venezuela, a divisão de posições atrás referida e o silêncio esperado de Portugal e Espanha, refugiados na sua condição de membros da União Europeia, o mais provável é que a Cimeira terá tanta influência nesta questão como na estratégia “da Inovação e do Conhecimento”, isto é, nenhuma. Que eu me engane!

Quem aposta forte nesta Cimeira é Uribe, o presidente da Colômbia,que aproveitou a vinda a Portugal para recolher propaganda destinada a uso interno: «En el Santuario de la Virgen de Fátima el Jefe de Estado oró por la paz de Colombia»
Fonte da citação e da foto: http://web.presidencia.gov.co/

Se Chavez fosse a Fátima poderia replicar por sua vez a Nossa Senhora que «... todo o arsenal bélico ianque, contemplado no acordo, responde ao conceito de operações extraterritoriais... torna o território colombiano num gigantesco enclave militar ianque..., a maior ameaça contra a paz e a segurança da região da América do Sul e de toda Nossa América». E que seria uma traição contra a própria Venezuela que o seu presidente não defendesse o país - como explica noutro local.

E se Uribe falasse com Chavez e deixasse a senhora... em paz?

26.11.09

Prendam... os bancos!


Posso dar uma ideia? Prendam os bancos. São eles que fazem os banqueiros... pecarem. Já percebem porque há quem recomende a nacionalização da banca?

24.11.09

Homenagem a Gedeão


Cientista, professor, poeta excepcional. É fácil encontrar a sua biografia em espaços da internet. Rómulo de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906. Sob o pseudónimo de António Gedeão escreveu belíssimos poemas, alguns dos quais foram ditos e cantados.



Poema Para Galileu, dito por Mário Viegas, ou A Pedra Filosofal, cantado por Manuel Freire, são dois exemplos notáveis, entre tantos outros.

A VIVACIDADE – Espaço Criativo (Porto)promove uma sessão de homenagem na Quinta-feira 26 de Novembro às 17h00

Nutissias

«Marcelo Rebelo de Sousa só concorre se não tiver concorrência»
Pergunto: Como é que se concorre se não há concorrência?

«Ahmadinejad tem desenvolvido relações com os países latino-americanos como Venezuela, Bolívia, Nicarágua, com líderes conhecidos pelas suas posições anti-americanas».
Pergunto: Os países mencionados não são americanos? Como podem ter posições anti-americanas?

«Erosão da costa portuguesa está a levar zonas do país a recuar 10 metros por ano»
Pergunto: A Espanha está preparada para receber novos territórios? Ou é só a costa e não a zona que recua?

«Livro sobre o Porto lançado em Gaia».
Pergunto: E Gaia aguenta com o Porto inteiro? Ou a ideia é outra e a crise já chegou às vírgulas? É que nem Saramago...

Estes exemplos de "boa literatura", entre outros, estão no JN de ontem, 23 de Novembro. “A não perder”, como diria o Mário Crespo. Mas se já não encontrar essa edição, pode encontrar textos semelhantes noutras edições e noutros jornais...

23.11.09

Marx via televisão ?

Para Karl Marx ter dito que «as ideias dominantes são as ideias da classe dominante» é imperioso que já nessa altura visse televisão. Alertado pela ficção e os documentários, a informação, os comentadores e os comentários difundidos na língua mãe que é o inglês, ou traduzidos para analfabetos, em português, não lhe foi difícil chegar à mesma conclusão a que todos nós já chegámos: que os orgãos de difusão – chamados de comunicação – obedecem todos a uma mesma voz, a voz do dono.

Que caiam na esparrela – laço e lapso – de se denunciarem a si mesmos no assombro das entrevistas, isso é que chega a ser surpreendente, tão treinados que estão nas artes da manipulação.

O José Alberto Carvalho que me perdoe – ou não – mas calhou a vez dele ser trazido à berlinda. Por uma questão de oportunidade que não de raridade.

Da entrevista de José Alberto Carvalho,
Director de Informação da RTP, ao JN :


«JN - Outro assunto por esclarecer é o do futuro dos programas de Marcelo Rebelo de Sousa e António Vitorino. Os contratos terminam no primeiro trimestre de 2010... (...)Vai haver alterações?
JAC - Nada está fechado. (...) Mas - este mas é muito importante - a RTP é mais forte e mais influente com os comentários do professor Marcelo e do doutor Vitorino. E eu quero continuar a contar com eles. (...)

JN - Já agora, que apreciação lhe merece a extinção do "Jornal Nacional" de sexta-feira?
JAC - Quando há um programa que não cumpre as regras, não honra as princípios éticos e deontológicos do jornalismo, não respeita a própria civilidade no tratamento das pessoas, confunde jornalismo com militância, tenho dificuldade em comentar... »
JN.sapo.pt 2009-11-23

E eu, “director” deste blogue, mais dificuldade tenho em comentar a militância de quem está empenhado em garantir a influência de Marcelo e Vitorino na formação da opinião pública. Não é como em Cuba, mas também é preocupante.

21.11.09

Cuba reprime liberdade de informação

21NOV2009
Enquanto escrevo este post, a polícia cubana persegue Yoani Sanchez e outros numa acção intimidatória e repressiva violenta contra a liberdade de opinião e de informação. (Detalhes AQUI)

Yoani Sánchez é uma jovem cubana que criou e mantém um blogue a partir de Havana. Foi escrevendo muitos artigos (post) sobre coisas aparentemente banais do dia a dia, tal como acontece com grande parte dos blogues em toda a parte. Era inevitável e certamente intencional que aqueles textos fossem dando conta das dificuldades com que vive a população e os modos como o regime lida com isso.

Num país onde “a falta de papel obriga” a que haja apenas jornais do Governo, este blogue foi-se tornando numa espécie de “jornal de parede” inacessível à polícia. Não pelo caracter que a autora lhe dava, tanto quanto fui apreciando, mas pela afluência de comentários que às centenas, aos milhares afluiam de outros tantos cubanos e cubanas entusiasmados com a oportunidade de exprimir as suas experiências e opiniões.

O que assim se foi construindo, pela pressão das circunstâncias e que Yoani decerto não imaginaria à partida, foi um documento onde fica registada a realidade cubana e o modo como é sentida pela população – testemunhos espontâneos, não organizados, não controlados.

Nada disto foi pacífico. Decorrem acções repressivas. Mas o fenómeno ganhou uma dimensão e uma projecção mundial que tem inibido o regime de aplicar punições ainda mais graves... até agora.


Yoani sentiu-se animada a propôr duas entrevistas, uma a Obama e outra a Raúl Castro, colocando perguntas no mesmo sentido, isto é, no sentido de aproximar aqueles dois presidentes de uma solução para as relações entre os dois países. Em qualquer país democrático, trata-se uma iniciativa jornalística ou, se quiserem, pessoal, sobre a qual não recai qualquer censura e muito menos acusação criminal.

Barack Obama já respondeu às perguntas, o que está publicado NESTE POST que reune, além disso, 151 comentários na altura em que escrevo este artigo. Raúl Castro “ainda” não respondeu mas as perguntas também estão publicadas AQUI.

Claro que nesta fase já não há ninguém ingénuo ou desinteressado na forma como lida com o assunto, desde o aproveitamento discutível de Obama até ao distanciamento discutível de Castro, passando pela iniciativa de Yoani. Tampouco se desconhece que, aqui como em todo o lado, os partidários do regime e os opositores fazem o seu papel.


Mas nada disso desmente os factos nem desqualifica o trabalho de grande mérito e coragem da jovem autora de Generation Y. Um trabalho histórico e que o é muito especialmente para a História da Internet quando alguém a escrever.

19.11.09

Política picante

Segundo a AFP, Hillary Clinton parece ter uma "queda" pelo ministro britânico David Miliband, no que seria em alguma medida correspondida. Fica assim desfeita a insinuação do jornalista que numa Conferência de Imprensa se referia ao “seu marido” querendo referir-se a Barack Obama!

Se o ex-presidente Bill Clinton já demonstrou saber lidar com situações conjugais ameaçadas, não parece que Michelle Obama seja tão flexível. No entanto a comida chinesa pode trazer-lhe problemas.

Mas no meio de toda esta fantasia picante, pode haver alguma coisa de sério em matéria de ciúmes políticos, os de Hillary por Obama, vindos do tempo em que concorreu contra ele às eleições presidenciais, e com repercussões eventuais no prestígio do presidente eleito, em matéria de política internacional. Mais que ciúmes, enfim, gostos diferentes, divergências escondidas em negociações secretas lá pela Sala Oval.

Estamos no domínio das teorias da conspiração, talvez, mas por alguma razão eles foram concorrentes e por alguma razão ela aceitou ser secretária de estado, representande dos EUA nas relações... internacionais!

Não sei se têm os mesmos sentimentos em relação às guerras e aos presos da CIA, mas pelo menos a postura de um e de outro à mesa da China, é bem distinta se compararmos a foto anterior com esta.
(Foto da AP/VISAO)

Enfim, em última análise, em cima da mesa das negociações, o que há de mais substancial... é a Economia, claro! Ou não fosse a China o maior detentor de títulos do Tesouro norte-americano - com uma carteira estimada em 800 mil milhões de dólares (534 mil milhões de euros) - e os Estados Unidos um dos principais mercados das suas exportações.

Isto é que “dá pica” !

Os podres da política


A NOTÍCIA do Público diz:
«Cerca de 400 membros do Congresso dos EUA receberam à volta de 11 milhões de dólares (cerca de 7,4 milhões de euros) de um grupo de apoio às sanções ao Governo cubano nos últimos cinco anos...»

E a gente que quer defender a dignidade da actividade política, o combate à corrupção ou a transição para a Democracia em Cuba, o que mais nos apetece é fechar os olhos e adormecer.

Como dizia o nosso poeta, “eu não sei por onde vou mas sei que não vou por aí!”.

18.11.09

RECTIFICO

Num post anterior eu transcrevia um texto que atribuí erradamente a José Medeiros Ferreira, quando se tratava de outro autor do mesmo blogue.

Teve o meu post o único mérito de chamar a atenção para o blogue Bichos Carpinteiros e recomendá-lo pelo muito valor que atribuo aos postes do seu habitual autor,
e, antes de mais, a ele próprio.

Ao dr. José Medeiros Ferreira agradeço o cuidado que teve em me informar do meu erro e a delicadeza com que o fez, e apresento as minhas desculpas. Um pedido de desculpas que estendo a quantos tenham lido ou comentado o meu post que agora eliminei por razões obvias.

Economia de rabo na boca

Pescadinha de rabo na boca” é uma expressão popular que designa metaforicamente um processo em ciclo vicioso, um processo sem saída.

Assim acontece com a Economia, a dar “crédito” às teses de quem tem intervindo publicamente nestas “peixeiradas”.

Reafirma o Primeiro-Ministro que os investimentos do Estado nas grandes obras públicas são uma forma de combater o desemprego. Diz Medina Carreira que tais investimentos são “um crime” porque agravam tragicamente o endividamento do país, nomeadamente a nível externo, deixando às gerações seguintes uma situação insustentável.

Para elevar o nível da conversa, não falarei mais de peixes e de rabos mas sim de dilemas – estamos perante um típico dilema. Nada de novo no nosso argumentário político se nos lembrarmos do homem “entre a espada e a parede” de que falava Guterres e recentemente recuperado por Francisco Assis, também do PS.



Dando por incerto que Sócrates seja influenciado por Jorge Coelho e por improvável que Medina Carreira seja influenciado por Cavaco Silva, parece que ambos os caminhos levam ao precipício. E não se vêem outros.



Aqui pode usar-se a metáfora de Caim, que vem sempre a propósito nos tempos que escorrem. Caim tinha um dilema: ou matar o próprio filho por amor a Deus, ou desobedecer a Deus por amor ao filho. Se fosse Saramago mandava deus à merda e salvava o filho, o que parece fácil quando se é ateu, mas Sócrates precisa demasiado da sua “igreja”. De resto, reconheço que não está numa situação fácil. Eu não queria estar no seu lugar e não sei se o próprio Medina Carreira quereria. Não sei.

Neste dilema entre o deus (poder económico) e o filho (povo), Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas não teriam esse problema visto que a sua fé é inabalável. Quanto a José Sócrates, ouvidas que estão as suas promessas de salvação, ficamos a aguardar pelas suas acções porque, como diz a Bíblia (NT): “Pelos frutos os conhecereis” !

17.11.09

Ensino instável

«Fontes Pereira de Melo, faz parte da proxima materia que vamos dar na disciplina de história. Foi um homem muito importante que devolveu a Portugal, a paz e instabilidade politica». Assim escreve num blogue uma turma do 8º ano...

Em comentário, uma colega deles escreve assim:
« Boas! Cultura geral é sempre importante! bj.»

Considerando a quantidade e a qualidade dos erros na escrita, as questões que eu coloco são as seguintes:

1) Será por falta do Magalhães?
2) Se o nosso Ensino e a nossa Cultura continuarem como estão, aonde vamos parar?
3) O que dirão os nossos "homens do futuro" sobre Cavaco Silva e José Sócrates quanto à sua contribuição para a... instabilidade?

Cuidem-se, senhores importantes!

16.11.09

Como acabar com as guerras

Daniel Samper Ospina, colombiano, explica porque não se importa que haja uma guerra entre a Venezuela e a Colômbia. E convida os presidentes a acabarem cada um com o seu próprio país, para evitar o trabalho de destruir o outro...

«Soy pacifista. Invito a los dos presidentes a que cada uno acabe con su país, como lo han hecho con gran éxito, para evitarse la fatiga de destruir al otro.

... Sé que no es fácil reconocerlo, pero voy a tomar impulso: la verdad sea dicha, no me parece tan grave que haya guerra con Venezuela. No me parece preocupante, de verdad. ¿Qué puede dañar un misil si cae por acá? ¿La Caracas? ¿El Monumento de los Héroes? ¿Mesitas del Colegio? Seamos francos: nadie notaría si cae una bomba en la autopista norte: desde hace 35 años está como si le hubiera caído la bomba atómica.

... Digámonos la verdad: en términos generales, Colombia es un país de irresponsables. Pongo por caso el del presidente Uribe, Samuel Moreno y toda esa comparsa delirante que fue a pedir la sede de los juegos panamericanos: ¿dónde querían hacer esos juegos? ¿En El Campincito? ¿En la cancha del Gimnasio Moderno? ¿Dónde pensaban hacer las carreras de natación, las competencias de clavados? El único lugar que se me ocurre es la calle 26, cuando se inunda, porque en el Aquapark de la 68 cada estafilococo es del tamaño de un sapo, y en Colombia los sapos son grandes: el más chiquito es Rodrigo Rivera, para que calculen.»

Recortes do seu artigo de 14 de Nov. 2009 em SEMANA.COM

Para não voltar tão cedo à Colômbia, acrescento já aqui uma frase do Presidente, Álvaro Uribe, que Daniel Ospina certamente saberia comentar com ironia:

“Mi insistencia todos los días a mis compañeros de Gobierno es: afecto con amor al pueblo colombiano, porque de pronto hacen falta los recursos, hay déficit y endeudamiento, pero desde que haya amor a la Patria, afecto desbordado al pueblo colombiano, vamos saliendo adelante, apreciados compatriotas”

13.11.09

Promiscuidade
entre política e negócios

«Primer gestor mundial de valores financieros y fondos de inversión, el Carlyle Group agrupa a la flor y nata de la política mundial. Dirigido por el ex Secretario de Defensa Frank Carlucci, incluye tanto a George Bush padre como a los Bin Laden, George Soros, Mijail Jodorkovsky o John Major. Se ha especializado en asumir el control de sociedades de armamentos y de medios de comunicación.

Aprovechando el mandato presidencial de uno de sus ex cuadros, Bush hijo, el Grupo influye de acuerdo con sus intereses en la política exterior de los Estados Unidos. Usando y abusando de sus relaciones, el grupo obtiene el 30% de retorno por concepto de inversiones, a riesgo de verse regularmente envuelto en casos de delito financiero y de corrupción».

Isto e muito mais... em:
El Carlyle Group, un negocio de iniciados

Por Red Voltaire [AQUI]

11.11.09

Angola de Parabéns

Paz, desenvolvimento, alfabetização, sentimento de dignidade e de orgulho nacional, parecem ser elementos essenciais da Angola que hoje comemora 34 anos de independência. Que não falte ânimo e capacidade ao povo angolano para o que falta fazer e corrigir.

Que o tractor do desenvolvimento seja cuidadoso com a floresta cultural; que a ambição individual respeite a solidariedade colectiva, que a sua terra vasta seja generosa para todo o povo.
Que viva e seja feliz !




E continue linda como sempre foi – a terra e a gente.

9.11.09

Escutas ilegais e outras guerras


Quem gostou da novela das escutas telefónicas à Presidência da República de Portugal, pode acompanhar agora outra idêntica mas desta vez “baseada em factos reais” que ocorre na Colômbia.

... Hace 21 meses el país se escandalizó al conocerse que, sin órdenes judiciales, desde la Dirección de Inteligencia de la Policía se estaban ‘chuzando' teléfonos de influyentes políticos de oposición, periodistas, abogados y hasta parapolíticos.


El asunto fue tan grave que causó remezón en la Policía y 11 generales fueron descabezados. El espectro de los ‘chuzados' regresa, pero esta vez es el círculo de confianza del presidente Uribe el escuchado... ( El Espectador )

"Lo que se quería era generar un mayor choque de trenes entre el Presidente de la República y el presidente de la Corte", dijo la ex fiscal a La W. Es decir, que las 'chuzadas' y los seguimientos ilegales de magistrados de la Corte que se le atribuyen al DAS eran sólo un montaje para poner a pelear a los dos poderes. ( Semana.com )


Por seu lado, Hugo Chavez diz que está a preparar a Venezuela para a guerra com a Colômbia, tendo em conta a ameaça que representa o acesso das Forças Armadas norte-americanas a sete bases militares colombianas, segundo acordo recente entre estes dois países.

E enquanto uma guerra mata a outra, Uribe vai vivendo... em paz.

7.11.09

As grandes obras e os grandes homens

Se a crise económica leva alguns governos a investir nas grandes obras públicas para “alavancar” a Economia, nomeadamente em vias de transporte, há alturas em que é o contexto inverso, isto é, o crescimento económico, que motiva o mesmo tipo de obras. Esteve neste caso a construção da Ponte D. Luis, entre Porto e Gaia, em 1880.


«... mesmo assim não chegava para as encomendas, mormente nas horas de ponta. Com o espraiar das zonas urbanas do Porto e de Gaia em direcção ao mar, a ponte D. Luiz I foi-se cada vez mais convertendo em autêntico, - mas venerável - gargalo no complexo tráfego entre as duas margens do Douro. Era preciso lançar outro elo de comunicação entre as duas margens...» Texto da FE/UP http://paginas.fe.up.pt/porto-ol/lfp/luiz.html

Não há que estranhar as semelhanças desta e da ponte ferroviária D. Maria Pia (1877) com a estrutura da torre Eiffel, visto que o engenheiro francês que deu nome à torre de Paris, foi também o autor das duas pontes do Douro.
Início do arco da ponte (imag. actual)

O que é de estranhar é que um espectáculo amargo-doce de saltos para o rio desde o tabuleiro da ponte D. Luis ocorra ali aos fins de semana, por adolescentes locais, como se vê (mal) na foto seguinte. A imagem não mostra o mêdo que há na coragem, a insegurança que eles próprios denunciam ao benzer-se durante a queda.
Apetece perguntar: que investimento será feito nestes homens de rara coragem? Pela sua condição social, o mais provável é que gastem a vida a chegar cimento nas tais obras. E que acabem a mendigar um subsídio da Segurança Social.

6.11.09

As leis do mercado

A notícia fala da falta de vacinas para quem precisa e da abundância para quem pode pagar. Que seja em Dallas, é secundário, embora significativo de um sistema de saúde baseado até agora nas chamadas "leis do mercado" - tanto quanto se pode falar da "lei do mais forte" e de outras "leis da vida" onde seria justo e necessário haver "mais estado" e menos egoismo.

DA NOTÍCIA da CBS:


It's the first free walk-in shot clinic in Dallas. But at private clinics, which can charge patients for their shots or nasal mist, the vaccine has been available - in some cases for days or weeks, reports CBS News correspondent Don Teague.

One clinic got nearly 12,000 doses last week. Despite recommendations that pregnant women and other higher risk patients have priority, it vaccinates anyone who pays the $20 fee.

5.11.09

Vital está bem pago

«Entre os efeitos nocivos da grande recessão que agora está a desanuviar não consta somente a forte retracção da actividade económica e o grande desemprego. Está também a excessiva subida real das remunerações, beneficiando da variação negativa dos preços durante a recessão»

Esta preocupação (!) não foi manifestada pelo representante do patronato nem se refere às remunerações dos altos cargos; foi escrito AQUI por um tal Vital Moreira que já nem sei que partido toma por seu, o que pensa ou quem é.

(foto da revista SÁBADO)

3.11.09

Obama e o Afeganistão

Recomendo também:
OBAMAFOBIA SEGUNDO KARL MARX

Comparando a reacção dos Estados Unidos à falsa eleição de Karzai no Afeganistão, com aquela que tiveram em relação ao caso Zalaya nas Honduras, percebe-se muito sobre a trágica desilusão que a administração Obama agora prenuncia em matéria de política externa, seja por opção própria ou por cedência tactica interna e externa - que também é opção.

DAS NOTÍCIAS:
«Felicitamos o presidente Karzai pela sua vitória nesta eleição histórica e continuaremos a trabalhar com ele, com a sua nova administração, com o povo afegão e com os nossos parceiros da comunidade internacional para apoiar o progresso do Afeganistão, as reformas institucionais, a segurança e a prosperidade», indicou a embaixada (norte-americana).
[TSF]

«... el secretario general (ONU) añadió un borrón de corrección política a su biografía: felicitó a Karzai por su reelección.
«... la llamada Comisión de Quejas Electorales (CQE), que a la postre fue la que forzó la segunda vuelta al descontar cerca de un millón de votos fraudulentos.
«... Abdulá, que ha pedido a sus seguidores que no salgan a calle y se abstengan de realizar manifestaciones, calificó lo ocurrido este lunes de golpe de Estado, y dijo que un Gobierno que alcanza el poder sin elecciones es ilegítimo.
«... Ahora todo será mucho más difícil en Afganistán. También para las tropas extranjeras que empiezan a ser percibidas, como sucediera en Irak en 2004 y 2005, como parte del problema, más que una solución».
EL PAIS

«Mr. Abdullah rejected any suggestion of joining Mr. Karzai’s government, and he clearly signaled that he was positioning himself as a future player in Afghan politics. In a news briefing later at his home, he said: “I did it with a lot of pain, but at the same time with a lot of hopes towards the future. Because this will not be the end of anything, this will be a new beginning.” »
NYTIMES

Esta "paciência" política de remeter a grande atitude para o futuro, faz lembrar mais uma vez as Honduras, isto é, a tactica capitulacionista de Zalaya. Ou seja, o que está a dar é "presidentes de facto"!