30.10.16

Ai que medo - 2

À falta de argumentos políticos, Passos Coelho anuncia o papão. “Gozem bem as férias que em Setembro vem aí o diabo”, disse aos parlamentares do PSD, na última reunião da bancada, antes das passadas férias. E segue com este discurso até que a voz lhe doa ou alguém lha tire, politicamente.

Entretanto, quando um destes dias o ministro das Finanças... da Alemanha veio declarar que a política ia no bom caminho... em Portugal até à saída do Governo de Passos Coelho, parece que tinha "algum" fundamento a profecia do líder do PSD.

29.10.16

Meu caro José Pacheko

Meu caro José Pacheko

V. sabe bem quanto eu contradigo a minha obra anterior, mas também sabe que se a contradigo não a renego nunca.


O texto anterior em itálico podia ser retirado de uma carta de Passos Coelho a Pacheco Pereira, mas não é. Trata-se de Almada Negreiros dirigindo-se a um outro Pacheco, aliás Pacheko, em 16 de Novembro... de 1917.

Quanto à "obra" que aqui me traz também não é da política, é da literatura. Quero registar que Almada Negreiros já escrevia sem forma e sem nexo, digamos assim, muito antes de Saramago e de Lobo Antunes, o António, sendo que ele próprio, o Negreiros, era filho de um António Lobo.

Deste "futurista e tudo", dado às artes plásticas e literárias, transcrevo o texto que segue.

esquerdo 1212... e a sombra a desfazer-se prò sol de brim a salpicar o sol de grãos de chumbo a rodar a quatro e quatro pla direita e réguas cinzentas de varetas de leque de rifa com divisas de brim inútil insignificante a vermelho igual ao zero de chumbo à direita com ela a chorar ao meio-dia co'as janelas fechadas e a porta zangada com o sol sem água no moringo sem ele prà acompanhar à mina d'água-férrea por causa do mal de nem querer merendar amoras nem estrear o xaile novo...

Foto recolhida em jornal i-online

26.10.16

Transportados como porcos

"Somos transportados como porcos!" é a forma como a população do Porto traduz a designação STCP. E como porcos somos obrigados a resignar-nos porque as reclamações não são apenas inúteis, são também impraticáveis.

De resto, se as empresas de transportes tivessem pelos utentes alguma consideração, não esperavam pelas reclamações, cumpriam os horários e prestavam os serviços que anunciam.

As queixas, bem juntinhas, não caberiam na frota. Por isso deixo apenas os dois exemplos mais "frescos". Trata-se de duas tentativas de viagem da Casa da Música para Gaia.

Ontem à noite o autocarro 902 que devia fazer aquele percurso às 22h50... não fez. Ou então perdeu-se no caminho. Hoje, o 903 em percurso idêntico às 21h50, saiu atrasado - o condutor devia ter umas conversas em atraso com algum colega na Casa da Música! - e saiu em velocidade acelerada numa gincana aparatosa pelas ruelas de Gaia, fazendo perigar a segurança das outras viaturas e dos passageiros entre os quais se contavam crianças e pessoas com mobilidade deficiente.

Que se lixe, é Povo! E se for povo contra povo, motorista contra passageiros, tanto melhor: a gente lava as mãos e vai comer uma francesinha ao Capa Negra que fica no caminho.

Na figura seguinte que pretende ilustrar uma tentativa de reclamação, assinala-se ao fundo a vermelho a única coisa que se pode fazer com a reclamação: cancelar!


23.10.16

Porque hoje é domingo (78)

O cristianismo atribui um nome àqueles que fingem prosseguir o bem quando na realidade só fazem bem a si próprios (e aos seus), e tentam denegrir os outros para se valorizarem: é “fariseísmo”. O tema faz as homilias deste domingo, invocando o evangelho de Lucas (18,9-14).

A expressão “fariseísmo” resulta de uma parábola alegadamente contada por Jesus aos seus camaradas, para ilustrar a diferença entre os arrogantes e os humildes. Podia o Mestre ter usado como exemplos a doutora Lagarde e o engenheiro Guterres, mas não era seu costume meter-se com os césares – “a César o que é de César”. De resto, quando Guterres proclama a sua própria humildade, há que saber se está no papel do publicano ou do próprio fariseu…

E se este argumento hermeneutico se coloca em relação a Guterres, não menos se coloca em relação à Igreja de que ele é um distinto militante. Mas talvez seja mais prudente ficar-me por aqui, à imagem de Jesus, além de que é arrogância minha duvidar dos méritos morais dos dois papas a que o mundo está entregue – o religioso e o civil.

18.10.16

Minha proposta para o O. E.

Se a estupidez pagasse imposto, não faltaria ao Estado - a muitos Estados - com que baixar as dívidas e passar de déficit para super-avit. Só continuariam descontentes os porta-vozes não assumidos das confederações patronais - mais do que as próprias, aliás.
Fica a minha sugestão para a discussão do Orçamento do Estado, em curso.

17.10.16

Jornalismo à caça

O nome de Pedro Dias é repetido à exaustão com ou sem necessidade. Onde se usaria normalmente uma forma como “ele”, “este”, “aquele”, ou outro modo  de designação como “o autor de”, “o suspeito”, etc., o próprio nome é usado até à náusea para emprestar às narrativas a força dramática que lhes falta. É um sintoma da subjectividade com que repórteres e pivots do audiovisual tratam o assunto.

O cuidado legal de o tratar como “presumível” assassino, isso então só voltará ao código deontológico do jornalismo quando já não houver memória de Pedro Dias. É “a caça ao homem” levada a cabo pelos orgãos de… informação.
Neste contexto de irracionalidade apetece transcrever as declarações do “homicida de Aguiar da Beira” em entrevista… simulada! a este blogue.

ENTREVISTA
CP (Contém Palavras) – É verdade que matou a tiro um guarda e um civil neste processo em que está a ser procurado pela Polícia?
PD (Pedro Dias)- Sim, é verdade, mas é preciso compreender as circunstâncias.
CP – Isto tudo começou quando o Pedro foi abordado pela GNR junto ao edifício inacabado de um hotel, em Caldas da Cavaca, Aguiar da Beira…
PD – O que é que levou a GNR ao meu encontro naquele lugar? Essa deveria ser a pergunta fundamental para compreender o desenlace desta tragédia.
CP – A GNR diz que a patrulha se encontrava já ali “a fazer operações no terreno” quando encontrou o automóvel com o Pedro Dias. Estaria a fazer o patrulhamento de rotina…
PD – Admitindo que sim, que apareceram ali por acaso… Quando se aproximaram de mim, apontaram as suas armas e um deles disparou.
CP – Um dos guardas disparou?
PD – Exactamente. Só que em vez de me atingir a mim, atingiu um colega dele. Parece que isso já foi reconhecido por eles próprios.
CP – Sim, mas não se disse que esse foi o primeiro tiro a ser disparado.
PD – Pois não, o que se diz é que fui eu que disparei primeiro. Mas eu só disparei depois de me tentarem alvejar primeiro. Quando vi que me queriam matar, tive que atirar para me defender.
CP – E porque é que a GNR havia de querer matá-lo assim?
PD – Eles receberam uma informação via rádio, de que eu seria um tipo muito perigoso, e terão ficado assustados. Isso pode ter levado a uma precipitação.
CP – Portanto a sua versão é que um dos agentes se precipitou, disparou um tiro sem razão e você ripostou em sua defesa.
PD – Exactamente.
CP – Mas o guarda que disparou terá visto algum gesto suspeito da sua parte ou uma arma…
PD – Estava muito nevoeiro. É possível que isso o tenha desorientado, não sei.
CP – Mas o Pedro estava armado!?
PD – Sim, estava. Mas eles não sabiam. De resto, se não estivesse armado tinha sido morto.
CP – E como explica a morte do civil…
PD – Quando eu tentava arranjar alimentos e furtar um carro para fugir,  fui surpreendido pelos moradores que reagiram e eu tive que neutralizá-los.
CP – A partir daí…
PD – Foram as circunstâncias…

8.10.16

Assim falou Arnaldo de Matos

O nosso Partido (MRPP) tem estado a pagar uma dívida incomensurável, contraída pelo grupelho antipartido do Bando dos Quatro, sob a direcção bicéfala - mas acéfala – do anticomunista primário Garcia Pereira (à esquerda) e do ignorante Conceição Franco.

MARCELO

Marcelo, o penduricalho dos afectos ensebados, não apareceu no funeral dos rapazes (dos Comandos) nem se deslocou aos enterros para consolar as famílias,ele que passa a vida a beijocar este mundo e o outro…

Todos fugiram com o rabo à seringa, todos sacudiram a água do capote, todos se escapuliram à sua responsabilidade nos trágicos acontecimentos. Ora, quem matou os jovens comandos?

CORRUPÇÃO

Três secretários de Estado do governo de António Costa (…)se deixaram comprar pela Galp para verem gratuitamente jogos da selecção portuguesa de futebol em França, no último campeonato da Europa.

Qualquer destes três vendidos e comprados trabalha para a Galp e demais empresas monopolistas no governo. Não há aliás nenhum governo capitalista burguês que não seja um governo de corruptos, gatunos e ladrões.

CONSTÂNCIO

Constâncio que é responsável pelo começo do descalabro total do sistema financeiro nacional…

GATUNOS

Não se esqueçam de comprados e vendidos como Vítor Gaspar, ministro das finanças de um governo de gatunos dirigido por Passos Coelho e Portas, e hoje no Fundo Monetário Internacional, onde ainda receberam grandes tachos dos monopólios Álvaro Santos Silva, na OCDE, António Mexia e Catroga, nos monopólios da electricidade adquiridos pela China, e de Maria Luís Albuquerque, ao serviço do sistema bancário britânico. E sobretudo não esqueçam gatunos como Durão Barroso, que começou o treino a assaltar e a roubar mobília na Faculdade de Direito de Lisboa e agora está no Goldman Sachs, a assaltar bancos na União Europeia, o tal que foi durante oito anos presidente da respectiva Comissão. 


PCP E BLOCO

E sobretudo não se esqueçam: o partido social-fascista de Jerónimo de Sousa apoia, apoiou e apoia… um governo que já soma três declarados corruptos no activo.

Não é de admirar: pois foi um ex-ministro do PCP de Jerónimo, um tal Pina de Moura, quem privatizou a Galp, para a qual depois entrou como administrador, a ganhar 12 vezes mais do que ganhava como ministro das finanças vendedor…


A ideologia de Catarina e do seu Bloco é uma ideologia fascista ao retardador…

Ah, mas então digam-me lá: isto não é tudo um putedo?!


(Textos de Arnaldo de Matos no seu “Luta Popular” de Agosto de 2016)

Putedo é também, digo eu, Arnaldo de Matos insinuar que Pina Moura foi ministro do PCP, quando a verdade é que foi ministro do PS depois de ter saído do PCP!

6.10.16

Guterres ainda não ganhou



Alguém diz a Guterres: 
- Então já ganhaste?!
Guterres responde:
- Não, só ganho a partir de Janeiro...


Dos cinco "Grupos Regionais da ONU", o Grupo da Europa de Leste é o único que nunca teve um secretário-geral na ONU. Isto não será indiferente ao aparecimento de duas candidatas da Bulgária.

Afinal e em última análise, quem escolheu Guterres não fui eu nem foi Marcelo, foi um tal Conselho de Segurança da ONU, do qual têm direito a veto os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a Rússia e a República Popular da China, isto é, 2 pró-Leste e 3 pró-Ocidente, o que confere a estes um poder decisivo.

5.10.16

Proclamação da 4ª República



Confesso que hesitei entre Mariana Mortágua, Jerónimo de Sousa e António Costa para colocar na imagem: Costa seria o mais indicado por ser o principal protagonista, Jerónimo pela capacidade física para transportar a bandeira, e até Catarina Martins como terceira figura da "Geringonça". Mas ninguém me levará a mal por ter escolhido a Mariana. Nem a própria, espero, a quem testemunho o meu devido e merecido respeito e admiração.

1.10.16

De Ban Ki-moon a Jerónimo de Sousa

Ban Ki-moon tem tanta importância para a ONU como Jerónimo de Sousa para o PCP, isto é, quase nenhuma. Afinal eles são formal e realmente secretários e não líderes; líderes são aqueles que os “elegeram” para desempenharem as tarefas de quem os dirige na sombra. Se está bem assim ou não, é outra questão.

Numa altura em que António Guterres é sacralizado pela cúria nacional, qual Madre Teresa de Calcutá, ou não viesse da mesma Igreja esta suspeita exaltação geral, é tempo de pensar que influência tem de facto o secretário para o rumo da instituição.

“À deriva na irrelevância”, é como alguns (ESSI) classificam o secretário-geral da ONU que outros comparam a uma enguia na forma “diplomática” como se esquiva às questões polémicas – e já não estou a fazer comparações com Jerónimo de Sousa, embora pareça!

Irrelevante não será que tenha vindo da Coreia do Sul ou mesmo que se tenha formado na da Universidade de Harvard. Mas menos ainda que tenha apoiado Bush e incitado o envio de tropas sul-coreanas para o Iraque…

Guterres vem de um país sem relevância geo-estratégica, licenciou-se no Instituto Superior Técnico de Lisboa e foi Alto Comissário para os Refugiados a seguir a um senhor de má reputação política e moral.

“O nosso candidato” é um velho amigo do padre Milícias que o casou, do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, António Reis, que o casou com o PS, e de Marcelo Rebelo de Sousa que recentemente o designou Conselheiro de Estado.

Guterres não é génio nem santo como muitos querem fazer crer por razões estratégicas de diferentes matizes, nem é pessoa a quem eu apertasse mão, sei eu porquê, mas por mim pode ser secretário do que ele quiser. Já me preocupa mais o Jerónimo de Sousa… Mas quem sou eu, “folha seca” para este, desprezível trabalhador para aquele?!