10.6.23

Pintando o sonho

Perdem-se nas grutas da memória
as vezes que beijei essas paredes
onde pintei teus lábios, olhos, rosto,
com imaginação de muitas cores;
onde pintei, discretas, duas flores
emergindo por entre os teus cabelos
- descendo, eles, dos ombros para o peito,
que se descuida, se oferece e se desnuda.

Bocas de fogo trazem no seu seio,
húmidos ventos, contidos desejos,
ao encontro dos meus lábios flamejantes
que acenderão uma fogueira de beijos.

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