15.2.12

"Inimigo" ao meu serviço

Na passada sexta-feira, 2012-02-10, decorreu em Havana um encontro de Fidel Castro com mais de cem intelectuais de 22 países que se fazem representar na Feira Internacional do Livro, de Cuba.
Ali intervieram alguns desses estrangeiros, com perguntas e comentários. Entre eles, um elemento que se deslocava da Tunísia mereceu a Fidel Castro especial atenção. Depois do ex-presidente de Cuba fazer, ele próprio, algumas perguntas sobre o país norte-africano, o tunisino reconheceu que não sabia responder a algumas das questões de natureza económica mas disponibilizou-se para fazer chegar a Fidel Castro, em poucas horas, as informações que pedia.

Se já era ridículo que Fidel fizesse perguntas que facilmente se esclarecem com uma simples consulta no Google ou na Wikipedia, mais se tornou quando Fidel Castro, depois de vários alertas sobre o poder conspirativo da Internet, perguntou com ironia se o outro mandava a resposta … pela Internet.

Desta mesma sessão vale a pena contar outra passagem. Aquela em que o interlocutor chamava a atenção de Fidel Castro ou por seu intermédio, para que não é prestigiante para os meios de comunicação “progressistas”, nomeadamente a Telesur, simplificar a crítica aos meios opositores usando o método de inverter simplesmente o ponto-de-vista destes. É que, segundo o participante, por vezes o inimigo usa algumas verdades a fim de tornar credível a mensagem, e então o efeito da simples negação torna-se perverso.

Chama-se a isto, na minha terra, "ensinar o padre-nosso... ao vigário".

4 comentários:

O Puma disse...

A conclusão é excelente

antónio m p disse...

Obrigado, "O Puma". O mérito é todo dele!

E Gonzalez disse...

Fue en esta reunión con los intelectuales…, muy distinta a aquella de principio de los 60’s cuando les dijo o advirtió a los intelectuales: “con la revolución todo, fuera de la revolución nada”…., Virgilio Piñería camino con pesar hasta el micrófono y dijo aquellas palabras lapidarias: “señores…, tengo mucho miedo”. Ahora viene esta reunión…. Donde el dominico Frei Betto agradeció a Fidel "por su paciencia, su diálogo, su capacidad para escuchar." y pediría que Dios bendiga "a este país y la vida y la salud" del líder de una Revolución, cuya obra definió como evangélica "porque alimentó al hambriento, curó al enfermo, dio trabajo al desocupado, tal como piden las Sagradas Escrituras". La Revolución y su líder son un evangelio vivo. Tal vez el dominico no sabe que el hambriento malamente comió de una libreta de racionamiento que lleva 50 años, los enfermos se curan de milagro, los desocupados se han convertido en disponibles…..,

antónio m p disse...

Virgilio Piñera, a que se refere E Gonzalez, viveu entre 1912 e 1979. Foi um poeta, narrador e dramaturgo cubano considerado um dos autores mais originais e independentes da literatura do seu país, com uma estética que o liga à "literatura do absurdo".