11.2.11

À espera dos militares (recuperado)


Não parece haver muitas dúvidas de que serão as Forças Armadas quem irá decidir, em última instância, o desfecho da revolta no Egipto. E a aparente neutralidade com que se tem posicionado, pode ser interpretada como distanciamento em relação ao poder instituído, antes de mais, e em relação a forças para-militares como a polícia que apoia o governo, o que denuncia aproximação em relação à Oposição. Às oposições!, entre as quais se identificam a "Irmandade Muçulmana" e a "Associação Nacional para a Mudança", de ElBaradei.

É provável que a Oposição esteja a aliciar e a negociar com as Forças Armadas no sentido de assegurar a sua colaboração e que estas estejam “a contar armas” no seu seio, e a aguardar o momento oportuno para intervir decisivamente. Se assim fôr, o que se espera é que as forças pró-governamentais não mostrem capacidade para oferecer qualquer resistência.

Ao contrário do pretendido pelos apoiantes de Mubarak*, o agravamento das tensões e a provocação violenta dos pro-governamentais, irão acelerar o processo, visto que tal situação colocará ao Exército o imperativo de intervir.
2011 Fev 03, às 09h30

* Segundo resistir.info, «Não há manifestantes nenhuns a favor de Mubarak. Há, sim, polícias à paisana e marginais por ela recrutados, armados e pagos».

1 comentário:

mfc disse...

Os próximos dias serão decisivos quanto à forma da transição.... já que a transição vai ser inevitável.