21.2.11
O direito ao futuro
A falta de uma liderança das revoltas no norte de África e no Médio Oriente, sendo talvez a sua maior fragilidade é também a sua maior defesa. Os poderes estão habituados a fazer rolar a cabeça do inimigo, mas quando o inimigo não tem uma cabeça (ou não tem uma cabeça visível), os poderes ficam desnorteados.
É que as manifestações de revolta são motivadas pelo próprio Poder, estimuladas pela sua natureza despótica e incompetente para responder aos anseios mais primários da população.
Depois há outro aspecto que desorienta os poderes instalados: o caracter geral, elementar, das reivindicações – liberdade, dignidade, democracia. Com que argumentos se podem contrariar tais reivindicações?
Claro que nada disso impediria, como não impede noutras partes do mundo, que a força bruta fosse descarregada contra os manifestantes, enchendo de sangue as ruas e as praças. Mas aqui há duas contrariedades: a disposição das próprias forças armadas e as repercussões internacionais.
A destabilização interna, em última análise, seria aproveitada pelos “inimigos externos” com fortes motivações económicas. Não escapa a ninguém que se trata de países das regiões que fazem andar os motores do mundo.
Em última análise, tudo indica que para os clientes de petróleo e para a própria população descontente, sobretudo a mais jovem, é o seu futuro que está em causa.
Bem diz um provérbio chinês que «pessoas com diferentes sonhos podem partilhar a mesma cama».
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1 comentário:
Estou a gostar do que está a passar-se por lá!
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