Para imaginar o futuro da europa e do mundo, no ano 2012, faz-se aqui um exercício despretencioso a partir das expectativas eleitorais em países influentes.
No domínio da União Europeia ocorre-me que haverá eleições em França em 20 de Maio, onde François Hollande tem fortes probabilidades de ganhar ao recandidato Sarkozy
Nas sondagens actuais, Hollande está com 30% de votos e Sarkozy está com 23%. Seria o Partido Socialista a substituir o partido conservador chamado “União por um Movimento Popular”, resultado que não cairia mal embora se saiba o que são estas alternativas no contexto actual. Apesar de tudo, talvez fosse um amaciador para a arrogância de Merkel, sobretudo quando a subserviência à chanceler começa a ter alguma resistência na União Europeia.
Fora da União, o país com mais influência é certamente os Estados Unidos da América. Com eleições presidenciais apenas em 6 de Novembro que trarão a reeleição de Obama, nada faz antever grandes novidades. O país estará empenhado em gerir um orçamento menos ambicioso do que estava habituado, e preocupado com a gestão de danos na política internacional.
Na Rússia, já a 4 de Março, é dado como certo que Medvedev dará lugar a Putin. As sondagens nesta altura indicam que este terá mais de 60% dos votos, o que deixará o líder do Partido Comunista Ziuganov afastado apesar de uns significativos 15%. A dupla Putin-Medvedev segue, portanto, o caminho que vem traçando.
Continuando a falar de eleições, vale a pena trazer a esta reflexão a Venezuela onde Hugo Chavez tem praticamente assegurada a vitória em 7 de Outubro, contra o candidato da “Mesa Unida” que reúne toda a oposição. A Venezuela apresenta especialmente duas facetas interessantes no panorama mundial: a riqueza em petróleo e a liderança de um movimento importante da América do Sul, assente na “integração” de todos os países da região centro-sul americana num projecto independentista e de desenvolvimento.
Tanta estabilidade no mundo é ilusória, como se sabe. Não basta garantir a alternância social-democrata no jogo eleitoral da Europa e dos EEUU, para acalmar os povos. É preciso garantir condições de vida. E isso está ameaçado pela aventura em que uns e outros se meteram. Ameaçado e comprometido. Donde a alternância de estilos já não segura os interesses do mundo capitalista.
Para complicar bastante as coisas, a aliança de interesses que junta a Rússia com a China, a Síria e o Irão, colocam limites à sede de hegemonia dos tradicionais donos do mundo. E uma nova guerra-fria entre estes e os EEUU, não deixam a Europa tranquila.
Será que voltamos ao “equilíbrio do terror”, no plano mundial, e à “segurança” das ditaduras, no plano político? Ou fazemos uma greve geral… contra o medo de mudar a sério?
1 comentário:
Seria interessante algo àcerca da ideia
... que se fundam
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