Quando uma empresa substitui trabalhadores por máquinas que realizam o mesmo trabalho, pode reduzir os custos de produção no imediato se os custos salariais forem superiores aos custos dos equipamentos e respectiva manutenção.
Esta estratégia, porém, confronta-se com um problema económico pouco divulgado: enquanto as máquinas têm preço fixo, os trabalhadores têm preço flexível – não há concelho de concertação social de robots…
Este é um aspecto interessante do conflito entre o emprego de pessoas e o emprego de máquinas, neste tempo em que a robotização ganha dimensão mitológica. Sobre ele sugiro a leitura de CRISE, INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E INGENUIDADE TECNOLÓGICA publicado em resistir.info .
Dele se transcreve a seguir um pequeno excerto.
Os que defendem a inteligência artificial (IA) como solução para os problemas económicos padecem de uma enorme ingenuidade tecnológica.
A generalização da IA & dos robots significa um aumento da substituição de trabalho vivo pelo trabalho morto incorporado nos equipamentos. Ora, o aumento da composição orgânica, leva inelutavelmente à redução das taxas de mais-valia e de lucro, pois elas só podem ser extraídas do trabalho vivo. Dessa forma, o incremento da queda da taxa de lucro será um motivo ulterior para agravar ainda mais a crise actual.
É verdade que na concorrência inter-capitalista as empresas que chegam primeiro à IA e aos robots têm uma vantagem acrescida em relação aos seus competidores mais atrasados, os quais podem ser expulsos do mercado. Mas a generalização da IA e dos robots a todas as empresas poderá significar o dobre de finados do capitalismo, um sistema baseado no lucro.
Post scriptum:
Portugal é o sexto país da zona euro onde o custo médio horário da mão de obra é mais baixo, depois de Malta, Estónia, Eslováquia, Letónia e Lituânia.
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