17.6.19

Teses alternativas sobre ecologia

Excerto de um texto de Daniel Vaz de Carvalho
publicado em resistir.info


Fala-se de gases de efeito de estufa como responsáveis pelas alterações climáticas. A primeira falácia é reduzirem-se estes ao CO2. Outro aspeto não explicado – na realidade escamoteado – é que tendo aumentado a concentração de CO2 na atmosfera desde os finais do século XVIII, se registaram períodos frios ao longo deste tempo, designadamente nos anos 40 do século passado. Ou se quisermos recuar, também não é explicável pela concentração de CO2 a existência de períodos quentes no passado, como o que levou no século IX e X os vikings a instalarem-se na Gronelândia (a Terra Verde).

Ora os gases de efeito de estufa relevantes são o CO2, o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O). Com a agravante de o CO2 ser essencial para a existência de vida na Terra, enquanto os demais são tóxicos, poluentes e agressivos. Do ponto de vista do efeito de estufa o metano tem um potencial 60 vezes superior ao do dióxido de carbono e o óxido nitroso quase 300 vezes superior.

A agricultura industrial é responsável por 25% das emissões de CO2, 60% de metano e 70 a 80% do óxido nitroso, além disto a questão do CO2 foi centrada nos automóveis ligeiros. O que não passa de uma farsa, ignorando, por exemplo, os cerca de 13 milhões de veículos pesados que circulam pelas estradas da Europa, graças ao sacrossanto comércio livre.

Há dezenas de milhões de veículos pesados, milhares de navios e aviões que diariamente viajam por todo o mundo, em resultado sobretudo da globalização neoliberal, mas que não são considerados.

Os grandes porta-contentores queimam cada um 10 mil toneladas de combustível para uma viagem e regresso entre a Ásia e a Europa. A frota de cargueiros, petroleiros e outros navios atinge cerca de 100 mil unidades, percorrendo os mares. A que se somam as frotas de pesca e recreio. Só em França há mais de 5 mil iates com mais de 60 metros, que queimam cerca de 900 litros de combustível por hora. [*]

Os automóveis elétricos não passam de uma falácia em termos ambientais, fortemente subsidiada pelos Estados. Os seus componentes são altamente consumidores de recursos e intensos agentes poluidores, designadamente as baterias com a sua produção, relativa curta duração e reciclagem.

Os biocombustíveis – domínio das transnacionais – implicam a desflorestação, e a utilização intensa de fertilizantes químicos (emissores de N2O), além de promoverem o êxodo rural, destruição da agricultura familiar sustentável e fator de encarecimento dos bens alimentares básicos.
  
As energias renováveis, privatizadas e subsidiadas pelo Estado, têm sido um rendoso negócio para as camadas oligárquicas.

[*] Carros elétricos assunto de reflexão, groups.google.com/forum/#!topic/tertulia-das-tercas/R7q1fiPYj-M



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