Excerto de um texto de Daniel Vaz de Carvalho
publicado em resistir.info
Fala-se de gases de efeito de estufa como responsáveis pelas
alterações climáticas. A primeira falácia é reduzirem-se estes ao CO2. Outro
aspeto não explicado – na realidade escamoteado – é que tendo aumentado a
concentração de CO2 na atmosfera desde os finais do século XVIII, se registaram
períodos frios ao longo deste tempo, designadamente nos anos 40 do século
passado. Ou se quisermos recuar, também não é explicável pela concentração de
CO2 a existência de períodos quentes no passado, como o que levou no século IX
e X os vikings a instalarem-se na Gronelândia (a Terra Verde).
Ora os gases de efeito de estufa relevantes são o CO2, o
metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O). Com a agravante de o CO2 ser essencial
para a existência de vida na Terra, enquanto os demais são tóxicos, poluentes e
agressivos. Do ponto de vista do efeito de estufa o metano tem um potencial 60
vezes superior ao do dióxido de carbono e o óxido nitroso quase 300 vezes
superior.
A agricultura industrial é responsável por 25% das emissões
de CO2, 60% de metano e 70 a 80% do óxido nitroso, além disto a questão do CO2
foi centrada nos automóveis ligeiros. O que não passa de uma farsa, ignorando,
por exemplo, os cerca de 13 milhões de veículos pesados que circulam pelas
estradas da Europa, graças ao sacrossanto comércio livre.
Há dezenas de milhões de veículos pesados, milhares de
navios e aviões que diariamente viajam por todo o mundo, em resultado sobretudo
da globalização neoliberal, mas que não são considerados.
Os grandes porta-contentores queimam cada um 10 mil
toneladas de combustível para uma viagem e regresso entre a Ásia e a Europa. A
frota de cargueiros, petroleiros e outros navios atinge cerca de 100 mil
unidades, percorrendo os mares. A que se somam as frotas de pesca e recreio. Só
em França há mais de 5 mil iates com mais de 60 metros, que queimam cerca de
900 litros de combustível por hora. [*]
Os automóveis elétricos não passam de uma falácia em termos
ambientais, fortemente subsidiada pelos Estados. Os seus componentes são
altamente consumidores de recursos e intensos agentes poluidores,
designadamente as baterias com a sua produção, relativa curta duração e
reciclagem.
Os biocombustíveis – domínio das transnacionais – implicam a
desflorestação, e a utilização intensa de fertilizantes químicos (emissores de
N2O), além de promoverem o êxodo rural, destruição da agricultura familiar
sustentável e fator de encarecimento dos bens alimentares básicos.
As energias renováveis, privatizadas e subsidiadas pelo
Estado, têm sido um rendoso negócio para as camadas oligárquicas.
[*]
Carros elétricos assunto de reflexão,
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