Na circunstância da sucessão do Secretário Geral do PCP, ocorre-me citar Lénine:
“Sem debates, controvérsia e conflito de opiniões, não é possível movimento
algum, incluído o movimento operário” (*1)
Pelo que percebi da minha própria experiência, todas essas condições existem
formalmente, mas os debates (e as manobras de bastidores) que contam são os que
ocorrem no seio dos órgãos dirigentes, a controvérsia é manipulada e os
conflitos internos são considerados traições – os militantes comuns apenas se
pronunciam sobre matéria previamente elaborada pelos dirigentes e as suas
“propostas de alteração” apenas têm acolhimento quando se referem a conteúdos
gramaticais!
Comparem-se as teses propostas com as teses “aprovadas” em congresso!
Nesta matéria, aquilo a que Lénine chamava “membros” do Partido, é interpretado
como "dirigentes" do Partido.
É a farinha do “centralismo democrático” a ser amassada à maneira do PCP para
ser o pão servido aos militantes.
Quanto à anunciada Conferência marcada para este próximo sábado (*2), cito do
"Projecto de Resolução" (que dará origem, inevitavelmente, à resolução do
projecto):
«o Comité Central do PCP convocou a Conferência Nacional do PCP (...)
suscitando um amplo envolvimento do colectivo partidário e promovendo uma
confiante perspectiva de futuro. O costume!
(*1) Dois Métodos de Controvércia e Luta / Obras Completas /t24, p166)
(*2)
https://www.pcp.pt/conferencia-nacional-2022/projecto-de-resolucao#:~:text=Nesse%20sentido%2C%20o%20Comit%C3%A9%20Central%20do%20PCP%20convocou,partid%C3%A1rio%20e%20promovendo%20uma%20con%EF%AC%81ante%20perspectiva%20de%20futuro.
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