O período posterior à Primeira Guerra Mundial colocou o projecto liberal entre o movimento socialista e comunista, por um lado, e a ascensão do nazi-fascismo e de outros regimes autoritários, por outro lado.
Neste contexto, o liberalismo continuou a defender sem reservas a propriedade privada, que se transformava cada vez mais num privilégio de grandes capitalistas e banqueiros os quais não hesitaram, tanto em Itália como na Alemanha, em financiar os partidos de extrema-direita perante o avanço dos partidos socialistas e comunistas. Incapaz de interpretar (esta) nova fase e não tendo conseguido dar resposta à crise de 1929/33, o liberalismo foi claramente ultrapassado.
O liberalismo tardou em reconhecer, ou não reconheceu de facto, a incompatibilidade entre capitalismo e democracia nos momentos de grave crise económica, social e política.
Excerto de História Crítica do Pensamento Político – vol.II, pg. 174 / Ed.70
22.12.23
7.12.23
Liberalismo em crise
As análises sociológicas de Karl Marx, que denunciavam a natureza especuladora e
opressora do capitalismo, há muito que deixaram de poderem ser polemizadas em qualquer
sector da sociedade - são uma evidência, tal como o antagonismo de classes sociais,
o conflito insanável entre os possidentes do poder económico e os seus dependentes.
Uma evidência indisfarçável devido às dimensões escandalosas que atingem, mas também devido à visibilidade que lhes dão os orgãos de informação pública e as redes sociais. A estratégia dos privilegiados já não é esconder, mas inventar explicações bondosas para o fenómeno - a necessidade de refrear a justiça social, a favor do "desenvolvimento económico" de que resultariam benefícios... futuros para todos!!!
Assim, os estados liberais caminham actualmente para o abismo e não conseguem parar a revolta das populações, seja por meios violentos, seja por meios pacíficos. É assim que, na via legal de expressão deste descontentamento, os "partidos moderados" vão cedendo terreno aos "partidos radicais" como se pode aferir nos resultados eleitorais e na consequente instabilidade dos governos.
Uma evidência indisfarçável devido às dimensões escandalosas que atingem, mas também devido à visibilidade que lhes dão os orgãos de informação pública e as redes sociais. A estratégia dos privilegiados já não é esconder, mas inventar explicações bondosas para o fenómeno - a necessidade de refrear a justiça social, a favor do "desenvolvimento económico" de que resultariam benefícios... futuros para todos!!!
Assim, os estados liberais caminham actualmente para o abismo e não conseguem parar a revolta das populações, seja por meios violentos, seja por meios pacíficos. É assim que, na via legal de expressão deste descontentamento, os "partidos moderados" vão cedendo terreno aos "partidos radicais" como se pode aferir nos resultados eleitorais e na consequente instabilidade dos governos.
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