Um comediante islandês decidiu colocar a Islândia à venda na Internet, numa altura em que o país revelava estar à beira da bancarrota. Parece que o negócio não se concretizou porque... a ilha não tinha seguro contra sismos e vulcões!
Agora a notícia da TSF.SAPO é...
«Os directores de bancos islandeses que arrastaram o país para a bancarrota em finais de 2009 foram presos por ordem das autoridades, sob a acusação de conduta bancária criminosa e cumplicidade na bancarrota da Islândia.
(...) Na lista de possíveis detenções nos próximos dias e semanas estão mais de 125 personalidades da antiga elite política, bancária e financeira, com destaque para o ex-ministro da Banca, o ex-ministro das Finanças, dois antigos primeiros-ministros e o ex-governador do banco central.
(...) Em Outubro de 2008, o sistema bancário islandês, cujos activos representavam o equivalente a dez vezes o Produto Interno Bruto do país, implodiu, provocando a desvalorização acentuada da moeda e uma crise económica inédita».
A CRISE DA ISLÂNDIA, E AS MEDIDAS
Em 2007, foi dado como o país mais desenvolvido do Mundo, com o quarto maior PIB per capita do planeta.
Mas foi um dos países mais afectados pela crise financeira mundial, com a economia a contrair, o desemprego a acentuar-see o défice a crescer.
A 7 de Outubro, o governo ida Islândia e a oposição aprovaram um plano de emergência para acalmar os islandeses, suspendendo os bancos islandeses na bolsa de valores de Reykjavik, e passando o Estado a controlar todas as decisões centrais do sector bancário.
Em Dezembro o parlamento islandês aprovou uma lei destinada a reembolsar os clientes estrangeiros afectados pela falência dos bancos do país em 3,9 mil milhões de euros.
REACÇÂO DA POPULAÇÃO, ÀS MEDIDAS
Mais de 62 mil islandeses, o que representa um quarto dos eleitores islandêses, assinaram uma petição que incentiva o presidente a vetar aquela legislação, e pedindo que se promova um referendo.
Muitos contribuintes consideram injusto ter de pagar pelos erros cometidos pelos bancos, que ofereciam altas taxas de juro e que não conseguiram sobreviver, com o estalar da crise financeira.
CHANTAGEM DA UE, FMI e AGÊNCIAS DE RATING
O secretário de Estado britânico para o sector financeiro, Paul Myners, avisou que a Islândia poderá não entrar para a União Europeia (UE) se o dinheiro não for devolvido aos depositantes estrangeiros.
Por outro lado, o primeiro-ministro da Islândia, avisou que o acesso ao plano de ajuda do FMI à economia islandesa está suspenso até que a questão do referendo, isto é, das indemnizações, esteja definitivamente resolvida.
No seguimento do veto presidencial, a Fitch - agência de notação financeira - reviu em baixa o rating da Islândia e a S&P avisou que se deveria seguir. A terceira "irmã", a Moody's, também já explicou que a instabilidade do país poderá prejudicar o rating.
A 5 de Março, a primeira ministra islandesa pediu o boicote do referendo que se realizaria no dia seguinte...
ERUPÇÂO POPULAR
Com uma enorme participação, cerca de três quartos dos eleitores (74%) votaram contra a lei, e apenas 19% do eleitorado votou a favor !
Será por isso que já “ninguém” quer falar da Islândia? Ou porque o seu governo se prepara para “reformular” o texto da lei (à maneira do que aconteceu com o Tratado de Lisboa) ?
1 comentário:
Olá, tudo bem?
Estou a fazer um trabalho sobre o FMI e sobre a sua intervenção nos vários países. Por acaso sabes onde/como posso ter acesso às medidas especificas exigidas à Islândia? Sei que o FMI tem tentado abafar o caso da Islândia pq eles conseguiram valores inéditos (mt mais baixos do que em qq outro país). Mas não consigo encontrar nenhum artigo nem fonte. Se soubesses de alguma coisa..
Muito obrigada, Inês.
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