5.7.10

Refém cubano

Cuba exibe em anúncio publicitário de televisão, as maravilhas que o país oferece... aos turistas. É o retrato de um país que esconde as suas misérias atrás de um imaginário virtual, que esconde o clima repressivo com a propaganda turística.

A expressividade musical e plástica em que o povo cubano é tão rico, faz-nos esquecer o poema censurado, a criatividade reprimida. A arte não pode exprimir o pensamento livre, o sentimento profundo; se não quiser ser apologética do regime tem que ser inóqua, pelo menos, e divertida, de preferência – como tudo o que tem qualidade em Cuba, não tem que servir os nacionais mas sim os turistas enquanto consumidores indiferenciados, enquanto mercado.

Restam as anedotas e os blogues onde o dono do país, ex-revolucionário, pode ser tratado por "kk-mandante" e o regime pode ser desmistificado . Em pequena escala, é certo, nada que ponha o regime em causa, por si só – ele que possui e distribui toda a Informação que circula no país.

É possível, através da net, difundir que um preso político está à beira da morte, em greve de fome? Faz-se uma comemoração dos dez anos sobre a restituição de Elian González a Cuba, isto é, ao pai que vive em Cuba, e bem podem morrer mais cinco ou dez presos políticos.

Não faltam os sequazes, nesta luta desigual em que os hipócritas ganham promoções e os corajosos ganham as grilhetas.

No triptico seguinte veremos um caso representativo do grande equívoco cubano.

1. Na sequência de uma tentativa de fuga de Cuba para os EUA, há 10 anos, um naufrágio vitimou a mãe de Elian e outras pessoas mas a guarda costeira norte americana conseguiu resgatar o corpo do menino ainda com vida.

2. O menino foi entregue a familiares que viviam em Miami, tendo o governo cubano reclamado a entrega ao pai que vivia em Cuba. As autoridades norte-americanas acabaram por resgatar o menino da posse dos familiares que reagiram violentamente, e Elian foi entregue ao pai em Junho de 2000.

3. Há dias o Consejo de Iglesias de Cuba realizou um “culto conmemorativo” do regresso do menino Elian a Cuba, estando presentes várias autoridades do governo bem como Raul Castro e o próprio Elian. Sobre as razões que estão por trás das vítimas de naufrágios como este, nada se disse!

Enquanto Elian não tem oportunidade de expressar livremente a sua vontade de permanecer em Cuba ou prosseguir uma fuga com o pai..., para outro país qualquer, o agora jovem Elian González continuará refém das “comemorações” e outras iniciativas políticas do regime.

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