O Evangelho deste domingo fala em seguir o caminho de Jesus: assumir a sua cruz (cf. Mt 16,21-27). Quem diz a cruz diz a crise e este apelo é afinal o grito dos deserdados que ao longo da História clamam por solidariedade.
Finalmente, neste ano da graça de 2011, foram ouvidos, e os ricos do mundo, quais reis-magos, vieram com mirra, incenso e ouro.
Um chama-se Baltazar, outro é Belchior e um terceiro é Gaspar. Nas sagradas escrituras não constam os primeiros nomes mas não é difícil adivinhar que o terceiro destes é Vitor Gaspar, o nosso Ministro das Finanças que na sua candura, a não ser anjo, só pode ser rei-mago.
Devo adiantar em defesa do “princípio do contraditório” a que deve ser sujeita toda a informação para parecer isenta, que há entre os evangelistas quem faça outra descrição. O New York Times (NYT 15-08-2011), por exemplo, fala de um tal Warren Buffet, mas para além deste norte-americano há outro bacano que vem da França e outro de Espanha.
O Primeiro-Ministro já deu a entender que “Portugal não é a Espanha” nem a França nem os Estados-Unidos e, portanto, o nosso Evangelho é o Memorando e a nossa santíssima trindade é o FMI, o BCE e a Comissão Europeia.
Além disso, dizem os pregadores nas ruas e canais... da Informação, não devemos afugentar os nossos ricos. Têm razão: a quem é que se iam entregar depois os lucros das grandes empresas?
Bem pode Jesus Cristo proclamar a renúncia aos bens terrenos e o amor ao próximo, que sempre ouvirá esta resposta: Portugal não é Belém... da Judeia.
Quanto à história dos reis magos, aproveita-se apenas a ideia de que vivem às costas dos camelos!
Sem comentários:
Enviar um comentário