Aumentar o número de horas de trabalho, é impor trabalho não-pago.
Os acordos salariais que são celebrados pelos trabalhadores com as empresas ou com o Estado, não se limitam a estabelecer os rendimentos, mas também o tempo de trabalho associado a esses rendimentos. Uma coisa é ganhar dez mil euros por 1630 horas de trabalho, outra coisa é ganhar o mesmo por 1840 horas!
No primeiro exemplo, que reflecte a opção PSD/CDS, o salário/hora é de € 5,43 enquanto no segundo exemplo, que reflecte a opção PS/BE/PCP/PEV, o salário/hora é de € 6,13. Melhor dizendo, esta segunda opção não é senão a que estava em vigor até à intervenção abusiva do governo de Passos Coelho.
Quando os trabalhadores negoceiam, aceitam os valores salariais em associação com as horas de trabalho e com outros valores eventuais, como subsídios de refeição, de transporte ou outros complementos. Isto é: aceitam aquelas remunerações em função dos benefícios que lhes estejam associados. Alterar essas compensações dos salários é alterar indirectamente os próprios salários.
É neste contexto que se podem fazer comparações entre tabelas salariais de diferentes sectores laborais ou entidades empregadoras.
O que a maioria de esquerda faz, neste aspecto, é respeitar os acordos fixados em devido tempo e em sede própria, nomeadamente a reposição do horário semanal das 35 horas na Administração Pública.
É repor a legalidade onde ela foi violada.
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