Os decisores estão a matar o turismo a longo prazo pelo excesso de tudo quanto é virado para essa actividade: alojamento, comércio, passeios grátis com guias aos gritos, uns atrás dos outros, a dizerem as mesmas baboseiras para dezenas de turistas em fila pelas ruas de Alfama, tuk-tuks, bicicletas, segways, "ovos", etc. por todo o lado. Esplanadas em tudo quanto é passagens para peões, com os transeuntes a andarem pelo meio da rua porque deixaram de ter passeios, já de si estreitos, um sem-fim de idiotices.
O tema do alojamento local não tem sossego. Não entendo como é que não pegam na praga dos tuk tuks, que entopem o centro, estacionados em infracção às centenas sem que a polícia intervenha, além de que continuam a circular os não-eléctricos.
A sede de embolsar está a consumir tudo. O centro histórico está intransitável, apinhado para turistas e locais. E a animação e o bulício de há 5 anos, que foi uma lufada de energia para Lisboa, cresceram demasiado e começam a ser um fardo. Já não sinto prazer em passear na Baixa, é uma canseira. As multas - lapsus linguae! -, as muitas dezenas de hostels e hotéis que abriram e continuam a abrir na zona fazem com que milhares de pessoas se concentrem ali e não vejo nenhuma intenção de conter o licenciamento.
Dou graças ao turismo e agora dependo dele, mas não sei por quanto tempo Lisboa vai aguentar a pressão. Um dia destes, Dubrovnik ou outra cidade qualquer vira moda e não sei como a cidade se vai ajustar depois de pôr tantos ovos no mesmo cesto.
Texto de uma carta particular que recebi
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