A América Latina está a viver uma época de reversão do sentido político. Depois da esquerda ter ocupado o poder dominante na região, com Chavez, Lula, Correa e Morales, Mujica e Cristina Kirchner, circunstâncias diversas fizeram a Venezuela e o Brasil, o Equador e a Argentina caírem nas mãos das direitas desses países. O regime cubano resiste à sua maneira... mas já não constitui, na prática, um apoio efectivo aos movimentos progressistas mundiais - a sua imagem actual não os prestigia e a sua capacidade de influência não os fortalece.
Com 12 anos e seis meses no poder, o presidente da Bolívia Evo Morales, esse sim, mantém uma popularidade que até Marcelo Rebelo de Sousa invejará - mutatis mutandis!!!
Neste contexto e com a decisiva agravante da crise petrolífera, a grave situação da Venezuela passou da insegurança para a falência económica. Assim o discurso político, popular em Hugo Chavez e populista em Nicolás Maduro, já não resiste aos sinais evidentes de degradação das condições e esperança de vida. A tal ponto que o próprio presidente Maduro se vê obrigado a declarar no IV Congresso do Partido Socialista Unido da
Venezuela que afinal: "Os modelos
produtivos que temos tentado até agora falharam e a responsabilidade é
nossa, é minha".
O mais curioso deste discurso é talvez aquela parte em que ele pede aos seus próprios ministros que parem de
"choramingar". E acrescenta: "Que o imperialismo nos agride? Chega de
choramingarmos (...) cabe-nos produzir com agressão ou sem agressão ".
Se ele o diz...
2 comentários:
«Apesar do país ter enormes riquezas em recursos naturais, a Venezuela atravessa uma grave crise económica que se traduz numa escassez de alimentos básicos e medicamentos, na deterioração dos serviços públicos e numa inflacção muito elevada. O FMI estimou que chegará aos 1.000.000% no final de 2018».
(Das notícias)
Milhares de pessoas têm fugido da Venezuela por questões económicas,
nomeadamente com destino a outros países da América Latina.
Fonte: https://ionline.sapo.pt/622993
Enviar um comentário