Agora que a montanha da oposição contra o regime venezuelano
pariu “una rata”, Guaido e EUA dizem “equacionar todas as possibilidades” para
retomar a ofensiva golpista.
Com esta retórica pretendem fazer-nos pensar na possibilidade de uma
intervenção militar, leia-se invasão estrangeira – é o argumento do terror. Mas
não será irrealista pensar que “todas as
possibilidades” de que ele fala, inclui a redução destes golpistas à condição
de Capriles Radonski, Júlio Borges e Leopoldo López que já anteriormente apostaram nos métodos violentos de oposição.
Maquiavel perguntava se era preferível, para um governante,
ser amado ou temido. Ora parece que na Venezuela o regime e a oposição, mesmo
que considerada em conjunto, se equivalem em matéria de amor. Já em matéria de
temor deveria a oposição avaliar melhor até onde pode ir.
Agora Juan Guaidó refugia-se no Grupo de Lima, as correntes mais
reaccionárias da América do Sul acorrentadas, por sua vez, à direcção
norte-americana. É um sinal mais de que não conta com apoio interno para as
suas pretensões: nem militar nem popular. Dentro do país, portanto, Guaidó não
é temido de todo nem amado o suficiente.
5 comentários:
O Grupo de Lima
Em 4 de Janeiro de 2019, o Ministro de Relações Exteriores do Peru, Néstor Francisco Popolizio Bardales, organizador do Grupo de Lima, afirmou que a decisão fora tomada em razão de suspeitas de fraudes nas eleições presidenciais de 2018 - que Maduro venceu com 67,8% dos votos válidos, apesar de a Venezuela se encontrar em meio a uma grave crise econômica, política e social. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, participou da reunião do Grupo por teleconferência.
(Wikipedia)
A opinião de muitos venezuelanos que se manifestam na fronteira é a de que foram abandonados por Guaidó e pelos deputados venezuelanos que na semana anterior estiveram em Cúcuta para o concerto que foi organizado em prol da ajuda. “Não recebemos qualquer auxílio; a água é distribuída pela Cruz Vermelha e outros órgãos, e a comida pela Igreja.
Fonte: https://expresso.pt/internacional/2019-02-26-Venezuela.-A-batalha-da-ponte-San-Martin#gs.DTB1l4dq
O representante da Venezuela no Concelho de Segurança da ONU fez uma intervenção em que desmontou a narrativa euro-americana sobre a crise no seu país. Que os nossos meios de informação censurem o assunto, faz parte da democracia que temos.
"Os Estados Unidos e mais x países reconhecem Guaiadó como presidente da Venezuela enquanto a Rússia, a China e... «apoiam o regime» de Maduro". É assim que a Euronews «informa» os seus espectadores. Como se recusar o golpe de Guaiadó fosse necessariamente o mesmo que apoiar o regime de Maduro.
Na impossibilidade de comentar uma notícia no Jornal Económico que, para o efeito, exige pertencer-se ao facebook, aqui deixo o comentário.
Quando o governo venezuelano vem desmascarar a sabotagem da oposição no caso do apagão electrico – a tal oposição dos Direitos Humanos! – logo se arranja uma notícia sobre a proibição de uma manifestação contra o regime. Quando o Governo der a sua versão sobre este acontecimento, logo surgirá outra notícia – nova ou recauchutada – sobre os malefícios do regime.
A propósito: porque nunca se refere que a electricidade e a água são fornecidas gratuitamente aos venezuelanos? “Maldito socialismo” que não deixa viver os grandes capitalistas que logo nascerão como aconteceu a seguir à implosão da União Soviética.
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