A “eleição” de Jerónimo de Sousa para Secretário Geral do PCP, expressão de preconceitos obreiristas e da concepção viciada duma suposta “vanguarda esclarecida”, fez-me dizer “até aqui cheguei!” - como disse Saramago noutro contexto. E não havendo “mais nada para fazer ou conversar, chegou a minha hora de acabar” a militância no PCP.
“Portanto..., tendo em conta..., em relação...” àquela escolha, “portanto”, o desempenho de Jerónimo, veio comprovar que este é não só um dirigente dirigido, sem ideias próprias nem discurso inteligente, como é um mau actor no seu esforço de representação. Não admira que tenha sido sempre tão acarinhado pelas pessoas de direita.
A entrevista de quarta-feira, 2021/Nov/3, ao Vítor Gonçalves, foi de uma mediocridade patética, mas previsível.
Não fosse a robustez gerada no PCP ao longo de quase cem anos, apoiada na inteligência e genuinidade de Álvaro Cunhal e na consequente adesão do meio intelectual, e não menos na generosidade dos seus heróis, o Partido estaria hoje na mesma situação do CDS. Agora que o Partido não vive de heróis e expulsou os seus intelectuais, resta a esperança de que quadros novos e competentes, à imagem do que acontece na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, consigam contagiar a estrutura dirigente. Os congressos servirão para apurar dessa evolução ou dum envelhecimento irremediável. Até agora, é o tempo de "portanto, tendo em conta, a relação portanto".
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