16.6.11

Quem julga os juízes?


Um mês depois de nascer o Movimento 15M, de Espanha, um grupo integrante dos seus “indignados” tentou impedir de forma violenta a entrada dos 135 deputados que compõem o parlamento da Catalunha.

«... incidentes que esta mañana han obligado al Gobierno catalán y 24 diputados a acceder en helicóptero al Parlament de Cataluña tras los ataques que han sufrido varios parlamentarios cuando trataban de acceder a la Cámara»
«... Los indignados habían pedido por carta a los diputados del Parlament que no acudieran a la sesión plenaria para tramitar los presupuestos de la Generalitat y que boicotearan los recortes. En la misiva instaban a los parlamentarios que a título individual, "si son conscientes de lo que supondrán los recortes para la mayoría de la población", no acudieran al Parlament. "Si venís y nos encontráis a la puertas, dad la vuelta o uniros a nosotros", proclamaban».
EL PAÍS

Em Espanha discute-se a legitimidade das acções do Movimento 15M, independentemente das acções violentas e das motivações sociais concretas.

De notar que este protesto visava contestar um debate agendado sobre o orçamento da Catalunha que prevê uma redução em cerca de 10 por cento das despesas públicas e de prestações sociais e na área da saúde.

Há uma tendência de políticos e jornalistas para que se estabeleça uma forma de comunicação do Movimento com o Parlamento e, desde logo, se identifiquem os seus objectivos e representantes. Não percebem que os “indignados” rejeitam os deputados e os governantes como interlocutores; denunciam, pelo contrário, o sistema com que estes dominam a sociedade.


Representantes? Programas? Acordos? Subordinação ás legitimidades formais? Isso são as ferramentas "legitimadoras" da dominação. Essa é a armadilha em que não podem deixar-se prender. O seu papel não é governar, é denunciar e exigir aos governantes que governem ao serviço da nação, quando os deputados não querem ou não são capazes de assumir essa função.

Os cidadãos não precisam de ser dentistas para saberem que lhes doem os dentes, não precisam de ser economistas para saber que não ganham para viver nem precisam de ser advogados para se oporem à corrupção. Não têm que envolver-se em discussões técnicas mas avaliar a prática governativa.

Alguém terá que julgar os juízes!

1 comentário:

O Puma disse...

Não conte com o Coelho

que é como sabe

animal fugidío