24.1.12

Quem paga as sanções

Na sequência de acusações dos Estados Unidos da América, de que o Irão está a preparar o fabrico de armas nucleares – parece que aquela das armas de destruição massiva já não cai bem na opinião pública – a União Europeia, mostrando para o que serve, anunciou esta segunda-feira o embargo a novos contratos de importação de petróleo e seus derivados, vindos daquele país persa. Fiam-se na Arábia Saudita mas parece que esta não fia, vende a pronto, embora esteja interessada no negócio.

O Irão respondeu com a promessa de fechar definitivamente o estreito de Ormuz por onde o Ocidente se abastece de grande parte do petróleo que consome, e alertaram os EUA a não tentarem nenhuma "aventura militar".

Aventuras militares à parte – que Alá me ouça! – incluindo atentados contra cientistas iranianos…, a coisa faz lembrar aquele episódio dos anos oitenta em que o Irão estava sujeito a um embargo internacional de armamento mas… agentes da CIA facilitavam secretamente, como seria revelado pela Imprensa no final de 1986, o tráfico de armas para aquele país a pretexto da libertação de seis norte-americanos detidos no Irão e, além disto, para financiar os Contras da Nicarágua que combatiam pelos privilégios dos latifundiários.


O ministro russo das Relações Exteriores, lembrou que a União Europeia estuda as nova sanções justamente no momento em que o Irão planeia retomar as negociações sobre seu programa nuclear com os EUA, Reino Unido, China, França, Rússia e Alemanha, e afirmou ainda que uma acção militar ocidental contra o Irão seria uma “catástrofe”.

Ao que se sabe, a China também seria afectada indirectamente com as sanções europeias, e já manifestou grande oposição com relação a sanções que serão impostas contra a empresa estatal chinesa Zhuhai Zhenrong por vender gasolina ao Irão.


Enfim, há “tiros” que saem pela culatra que é onde se situa o atirador e não o alvo – passe a explicação, não vá alguém pensar que me refiro a uma ilha portuguesa situada no Algarve.

No caso de tiros económicos, o efeito são os prejuízos, a subida dos preços do petróleo que irá repercutir-se nos consumidores. O costume.

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