8.4.11

Pela Esquerda Unida

para depor a Direita

«O Bloco tem crescido em todas as eleições nacionais. Em dez anos, passou de 2 para 16 deputadas e deputados, e de menos de 2% para cerca de 10%. Nenhum outro partido na história da democracia portuguesa obteve estes resultados sustentados. O Bloco de Esquerda é uma força nacional e é uma força social representativa». Assim afirmava a sua Comissão Política ao analisar os resultados das eleições de 27 de Setembro de 2009, para a Assembleia da República.

Por sua vez e na mesma circunstância, Jerónimo de Sousa declarava: «O resultado da CDU traduzido no aumento da sua expressão eleitoral, com um resultado de cerca de 8% no quadro do aumento do seu número de votos, constitui (...) um importante estimulo para a construção de mais e maiores avanços nas próximas eleições autárquicas». E, mais adiante: «O resultado do PSD, associado à perda da maioria absoluta pelo PS, confirma o descrédito da política da direita».

A situação política parece apontar para uma continuada perda de votos do PS que tenderão a beneficiar o PSD, mas não menos parece razoável esperar que um e outro destes partidos despejem votos para a abstenção devido à semelhança de políticas e de estilos. Isto reforça a necessidade da esquerda real atrair para si a expressão da desilusão nos partidos “do arco da governação” tradicional.

Da reunião entre o BE e o PCP recorto esta passagem da declaração do PCP que muitos gostariam, e gostariam muito, que fosse levada a sério pelos participantes e por aqueles a quem o seu projecto de convergência apela:

«A actual situação impõe uma ruptura com a política de direita, uma política alternativa patriótica e de esquerda capaz de abrir caminho ao desenvolvimento económico, ao progresso social e à afirmação soberana do interesse nacional, que exige para a sua concretização a formação dum governo patriótico e de esquerda, capaz de assegurar uma nova fase da vida do País. Um governo constituído com base nas forças e sectores políticos, democratas e personalidades independentes, que se identificam com a política patriótica e de esquerda, apoiado pelas organizações e movimentos de massas dos sectores sociais anti-monopolistas».

Se alguma coisa a Esquerda tem que aprender com a Direita é a remeter para segundo plano os preconceitos sectários em benefício dos objectivos políticos. O Bloco dá mostras de ter evoluído das suas “jogadas individualistas” de colagem oportunista a Manuel Alegre, e o PCP mostra-se receptivo a essa evolução e tem a coragem de acalmar finalmente no seu interior as correntes mais fechadas. Se isto for para continuar, ainda vai valer a pena celebrar o “25 de Abril”.

2 comentários:

O Puma disse...

O seu contributo não é decisivo

mas parece um bom caminho

mfc disse...

Unidos ou separados... o importante é que subam os dois!