Quando um Estado pede um empréstimo para pagar as suas dívidas, ele não reduz a dívida - acrescenta uma nova dívida, na esperança, é certo, de convertê-la em investimento destinado a gerar lucros e, com estes, pagar o empréstimo e as dívidas anteriores.
É como alguém que pede um empréstimo para pagar uma dívida de jogo e vai investir esse empréstimo - nem que seja no mesmo jogo que o arruinou. Com sorte... até pode ser que ganhe muito dinheiro que lhe permita pagar o empréstimo e as dívidas iniciais. Mas é com sorte. Com muita sorte!
“Eurobondes”, se eu bem entendo, são empréstimos a estados necessitados, com a garantia de que os emprestadores serão remunerados, se não pelos estados beneficiários do empréstimo, então pelo conjunto dos estados da União Europeia.
No fim, se os estados devedores não alcançarem os seus objectivos, poderão sempre dizer que “não tiveram sorte” com o jogo económico; o que não podem dizer é que foi a sorte que ditou o seu endividamento.
Isto é: o Cristiano (cristão em castelhano) pode dizer que Portugal não teve sorte aos "penaltis", mas não pode dizer que foi a sorte que ditou o resultado, uma vez que a selecção portuguesa teve 120 minutos para lutar pela vitória, antes dos "penaltis".
A diferença é que Ronaldo vale muito mais do que os comentários que faz.
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