Muitos daqueles que trabalham para a IMPRESA de Balsemão, isto é, do Expresso, do JL, da Visão, da Caras, das cinco SIC’s, etc., estão indignados com o caracter moral de José António Saraiva.
Este é o homem que dirigiu o jornal Expresso durante vinte e um anos (1985-2006), o homem que se considera dono dos jornalistas do semanário, o homem que andou todos aqueles anos “a fazer opinião” nas cabeças dos cidadãos portugueses, sob a responsabilidade, confiança e amizade de Francisco Pinto Balsemão.
O Expresso conta em média cerca de 585.400 leitores com predomínio na Grande Lisboa. Recentemente orgulhava-se de andar “há 40 anos a fazer opinião”, o que é uma verdade mas denunciava demasiado a sua missão ideológica. A sua e a dos outros, certamente. “Talvez” por isso, mudou de lema para “Liberdade Para Pensar”, o que “corrige” e contraria a ideia de que está aí para influenciar ou condicionar o pensamento dos leitores e eleitores.
“Não é por se chamar cão ao gato que o gato começa a ladrar”. Mas alguma importância terão os lemas, para serem usados e mudados com tanto empenho.
Reconheço a importância social que o semanário teve antes e depois da revolução democrática de 74 e a competência técnica dos seus colaboradores em geral. Actualmente é o jornal de José Gomes Ferreira e Miguel Sousa Tavares, mas também de Nicolau Santos e de Daniel Oliveira - do centrão social-democrata a que alguns não-alinhados, digamos assim, emprestam uma imagem de pluralismo mais abrangente.
Também reconheço o direito e até o interesse público de um jornal com a sua matriz ideológica. “Independência” é que soa a falso neste como em qualquer outro jornal. Independência de quê? Do poder político não é certamente: Pinto Balsemão é o associado mais antigo e o mais influente do PPD/PSD e continua a emprestar a sua presença e apoio ao seu partido.
Balsemão aconselhava-se com José António Saraiva sobre os directores a nomear para os seus orgãos de comunicação, como este relata no livro em desapreço.
Na roda de amigos a que ambas as personagens anteriores pertenciam, entravam figuras tão relevantes para “fazer opinião” e dar emprego!, como Emídio Rangel (TSF/SIC/RTP) José Eduardo Moniz ou José Sócrates… E é aqui que a porca torce o rabo: quem pretendem proteger os novos sicatários jornalísticos de Saraiva? Porque é que não extraem nada sobre a cumplicidade partidária na gestão da “Comunicação Social”?
Merecem-se uns aos outros, muitos deles.
1 comentário:
Qualquer coisa me diz que o J. A. Saraiva vai encontrar uma forma de libertar Passos Coelho do seu compromisso de apresentar o polémico e, ao que dizem, abjecto livro que escreveu ultimamente. Quem servia bem para substitui-lo seria um tal Miguel Relvas, não? «Tu deves-lhe isso» - diria Saraiva.
amp
Enviar um comentário