31.5.17

Cerco e asfixia da Venezuela

Não há nenhuma revolta popular na Venezuela. Apesar da guerra económica, a grande maioria da população vai para as suas ocupações, trabalha, estuda, sobrevive. É por isso que a direita organiza as suas marchas com início nos bairros ricos. É por isso que recorre à violência, ao terrorismo e se localiza nos municípios de direita. Os bairros venezuelanos são em 90%, bairros populares. Compreende-se a enorme lacuna: os media transformam as ilhas sociológicas das camadas ricas (pequena percentagem do território) em "a Venezuela". E 2% da população em "a população".

A ex-presidente argentina Cristina Fernandez, depois de Evo Morales, denunciou: "a violência é utilizada na Venezuela como metodologia para alcançar o poder e derrubar um governo" . Do Equador, o ex-presidente Rafael Correa recordou que "a Venezuela é uma democracia. É através do diálogo, com eleições, que devem ser resolvidas as diferenças. Muitos casos de violência vêm claramente dos partidos da oposição . Esta também é a posição do Caricom, que inclui os países do Caribe . 

O papa Francisco teve que incitar os bispos da Venezuela que, como no Chile em 1973, arrastavam os pés face ao diálogo nacional proposto pelo Presidente Maduro. Este lançou o processo participativo para a Assembleia Constituinte, e confirmou a eleição presidencial legalmente prevista para 2018. 

Isto é um excerto de uma análise alternativa à opinião corrente nos meios de informação europeus. O artigo completo de Thierry Deronne está publicado em português em resistir.info 

Para além da estratégia de cerco e asfixia da Venezuela, depois de Cuba e na sequência da destituição de Dilma Roussef no Brasil, reconheço o carácter polémico do artigo acima transcrito, mas não duvido de que «qualquer manifestante que mata, destrói, agride, tortura, sabota sabe que será santificado pelos media internacionais. Estes tornaram-se um incentivo para prosseguir o terrorismo. Todos os mortos, todas as sabotagens económicas serão atribuídas ao "regime"».

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