21.6.19

A Justiça e as novas tecnologias

As escutas ilegais de comunicações que revelam a prática de crimes podem ser usadas como prova em tribunal?

Esta é uma questão nova, para a Justiça. De Assange a Snowden, de Rui Pinto a Sérgio Moro, a Justiça confronta-se com uma realidade nova para os seus juízos, trazida pelas novas tecnologias. Para já, são mais as dúvidas do que as certezas. Se a polémica tende a ser resolvida de forma diferente conforme o quadro jurídico de cada país, ela tende a ser manipulada, por outro lado,  em função dos interesses dos acusadores e dos acusados.

Os argumentos abrangem a questão da autenticidade das mensagens, da legitimidade do seu uso e da extensão dessa eventual legitimidade: para a defesa, para a acusação ou para ambas?

É neste contexto que ocorre a revelação de escutas telefónicas que comprometem o juiz brasileiro que mandou Lula da Silva para a prisão e fez, desse juiz, ministro de Jair Bolsonaro. Os juristas debatem formalmente o assunto à sua maneira. Os contentores políticos e seus apoiantes debatem à sua.

Entretanto rebenta mais um escândalo por via tecnológica na Venezuela:
a equipa de Juan Guaidó, auto denominado “presidente interino” é suspeita do desvio de recursos destinados a ajuda humanitária e do pagamento de hotéis de ex-militares desertores da Força Armada Nacional Bolivariana. 

O escândalo foi revelado em 15 de Junho pelo site espanhol PanAm Post e vem citado em “O Lado Oculto”




1 comentário:

antónio m p disse...

No Brasi, "a Procuradora-Geral da República (Dodge) manifesta preocupação com a circunstância de que as supostas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil tenham sido obtidas de maneira criminosa, e que ferem a garantia constitucional à privacidade das comunicações, a caracterizar grave atentado às autoridades constituídas brasileiras". (Folha de São Paulo)