A cruzada papal a que assistimos com Bento XVI, terá directamente a ver com os conflitos mundiais em curso?
Será que o “eixo do mal” é um conceito que resiste ao mandato de George Bush e que o ultrapassa em importância e estratégia mundial?
Estará a Igreja Católica a viver uma nova etapa histórica da luta pela Terra Santa que, segundo alguns, teria sido prometida ao povo israelita no antigo testamento?
Se assim for, ganha especial significado a tarefa diplomática de Bento XVI, de resto no seguimento de João Paulo II a quem cumpriu limpar o terreno hostil a estes propósitos – o bloco comunista afecto à União Soviética.
Não são os papas que definem as estratégias da Igreja; é a Igreja que escolhe os papas adequados a essas estratégias. O caso do papa polaco foi evidente. A sucessão por um papa alemão de nascimento e carreira, faz lembrar o papel dos alemães ao longo das cruzadas, mas certamente será coincidência.
O papa Urbano II exortou, em 1095, a que se “libertasse” a Terra Santa, isto é, a que se conquistasse a actual Palestina e Jerusalém. O domínio dos turcos seljúcidas sobre Jerusalém era interpretado pelos cristãos do Ocidente como uma ameaça e uma forma de repressão sobre os peregrinos e os cristãos do Oriente. É o conceito de “eixo” político-geográfico! Ou seja, trata-se de um conflito entre europeus e turcos muçulmanos.
Prometendo "salvação a todos os mortos em combate contra os infiéis", o Papa Urbano II mobilizou um grande e entusiástico exército. Afinal, não é a fé na salvação – como cada um entender isso – que mobiliza as multidões religiosas, sempre? (Acresce muitas vezes o anti-comunismo, é certo, com o seu forte exército).
Os “soldados de Cristo” apresentavam-se naquelas invasões como peregrinos da fé... tal como hoje, e identificavam-se com uma cruz vermelha que lhes valeria o nome de cruzados.
Essa cruz vermelha continua a figurar, ainda hoje, nas vestes papais, mas as invasões foram substituídas por relações diplomáticas.
Enquanto as coisas forem pela via diplomática, poupam-se os massacres, a carnificina que as cruzadas provocaram.

Mas há que estar atento desde já a duas questões: a primeira, é que as cruzadas fogem rapidamente ao controlo dos próprios papas e são apropriadas por oportunistas crueis interessados no poder e na pilhagem; a segunda é que os conflitos colocam em presença a “nossa” força... e a dos outros!, o que torna os resultados imprevisíveis.
Aparentemente, as relações do Vaticano com o outro mundo religioso vão no sentido contrário, isto é, da tolerância e co-habitação.

Outro tanto acontece quanto às relações com países de direcção marxista como Cuba e a China. Mas a missão evangelizadora da Igreja, isto é, o seu objectivo de influenciar cada vez mais gente, faz pensar que a política apaziguadora em curso pode ser apenas o necessário passo atrás para distender os adversários e reunir forças que tanto vão escasseando - como dá conta a falta de vocações sacerdotais.
Hoje estamos assistindo à troca de presentes entre os cruzados e os indígenas de várias partes do globo. Amanhã, não sei. Sei que vale a pena pensar no assunto, muito mais do que alinhar num côro de hossanas irracionais.
Será que o “eixo do mal” é um conceito que resiste ao mandato de George Bush e que o ultrapassa em importância e estratégia mundial?
Estará a Igreja Católica a viver uma nova etapa histórica da luta pela Terra Santa que, segundo alguns, teria sido prometida ao povo israelita no antigo testamento?

Não são os papas que definem as estratégias da Igreja; é a Igreja que escolhe os papas adequados a essas estratégias. O caso do papa polaco foi evidente. A sucessão por um papa alemão de nascimento e carreira, faz lembrar o papel dos alemães ao longo das cruzadas, mas certamente será coincidência.
O papa Urbano II exortou, em 1095, a que se “libertasse” a Terra Santa, isto é, a que se conquistasse a actual Palestina e Jerusalém. O domínio dos turcos seljúcidas sobre Jerusalém era interpretado pelos cristãos do Ocidente como uma ameaça e uma forma de repressão sobre os peregrinos e os cristãos do Oriente. É o conceito de “eixo” político-geográfico! Ou seja, trata-se de um conflito entre europeus e turcos muçulmanos.
Os “soldados de Cristo” apresentavam-se naquelas invasões como peregrinos da fé... tal como hoje, e identificavam-se com uma cruz vermelha que lhes valeria o nome de cruzados.
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Enquanto as coisas forem pela via diplomática, poupam-se os massacres, a carnificina que as cruzadas provocaram.

Mas há que estar atento desde já a duas questões: a primeira, é que as cruzadas fogem rapidamente ao controlo dos próprios papas e são apropriadas por oportunistas crueis interessados no poder e na pilhagem; a segunda é que os conflitos colocam em presença a “nossa” força... e a dos outros!, o que torna os resultados imprevisíveis.
Aparentemente, as relações do Vaticano com o outro mundo religioso vão no sentido contrário, isto é, da tolerância e co-habitação.
Outro tanto acontece quanto às relações com países de direcção marxista como Cuba e a China. Mas a missão evangelizadora da Igreja, isto é, o seu objectivo de influenciar cada vez mais gente, faz pensar que a política apaziguadora em curso pode ser apenas o necessário passo atrás para distender os adversários e reunir forças que tanto vão escasseando - como dá conta a falta de vocações sacerdotais.
Hoje estamos assistindo à troca de presentes entre os cruzados e os indígenas de várias partes do globo. Amanhã, não sei. Sei que vale a pena pensar no assunto, muito mais do que alinhar num côro de hossanas irracionais.
3 comentários:
A Grande Batalha vai travar-se entre judeus e muçulmanos. Qualquer um que ganhe vai depois amassar acaganita do outro e mais dos cristãos.
é ingenuidade considerar que o papa perdeu o controlo dos cruzados. è o mesmo que dizer que os reis de inglaterra perderam o controlo dos piratas, quando na realidade esses fora-de-lei eram súbditos da coroa inglesa.
O que estamos assistir é à falência do império católico, promovodo pelos judeus banqueiros mundias (vêja-se a máquina publicitária a denegrir os católicos com os casos de pedofilia, até parece que em mais nenhuma religião há membros pedófilos!). os mesmos judeus que influenciaram filipe o belo a confiscar os bens dos templários por estes serem banqueiros rivais.
os historiadores do regime ocidental só nos vendem patranhas, como a do genocídio dos judeus na alemanha nazi, quando na realidade o nazismo foi promovido na sombra pelos judeus para aniquilar o comunismo que estava a nascer na russia. essa sim era a grande ameaça para a elite de banqueiros.
Diz o Manolo que «os historiadores do regime ocidental só nos vendem patranhas, como a do genocídio dos judeus na alemanha nazi, quando na realidade o nazismo foi promovido na sombra pelos judeus para aniquilar o comunismo que estava a nascer na russia».
Há qualquer coisa que me escapa no seu raciocínio e que gostaria de esclarecer. Face ao que se sabe do holocausto nazi sobre tantos milhares de judeus nas condições que se conhecem, faz algum sentido o que diz? Ou sou eu que não entendo?
Quanto à minha "ingenuidade" em relação ao descontrolo das cruzadas por parte dos papas, aceito a crítica mas a minha intenção é de responsabilizar os papistas que excedem o papa, como tantas vezes acontece na religião como na política.
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