30.10.09

Bombons e napalm no Afeganistão

Ministre français des affaires étrangères, M. Bernard Kouchner espère toutefois «gagner les cœurs (des afghans) avec un gilet pare-balles». De son côté, le général McChrystal prétend : «Notre affaire, ce n’est pas de tuer le maximum de talibans, mais de protéger la population» . Une idée commune sous-tend de telles proclamations, au-delà du cynisme : celle que le développement social et les opérations de guerre peuvent être menés de front dans un territoire où, pourtant, il est impossible de distinguer les insurgés des civils. Au Vietnam, le journaliste américain Andrew Kopkind avait résumé d’une formule assassine ce genre de «contre-insurrection» : «Bonbons le matin, napalm l’après-midi.» SERGE HALIMI, em: Le Monde Diplomatique

Na guerra colonial que Portugal travou com os povos de África, chamávamos a isto “Acção Psicológica” e havia mesmo uma disciplina com este nome na formação dos militares. De resto, julgo que seja assim nas Forças Armadas dos outros países e desde muito antes de nós.

Na prática, e no caso da minha companhia, que me lembre, a coisa traduzia-se em dar assistência “clínica” às populações por onde passávamos em operação. Isto é, com um pouco de algodão, álcool, água destilada e mercúrio, executar actos médicos ou de enfermagem para que não estávamos geralmente habilitados – por mim falo.

O grande mentor desta táctica nas nossas forças, ao que constava, era o General Spínola. O certo é que nem os curativos nos livraram dos ataques dos guerrilheiros (a que o Governo chamava terroristas) nem Spínola "livrou" o país de perder a guerra. Se os meus curativos improvisados livraram alguma criança ou algum velho, das infecções a que estavam condenados quando os tratei, não faço ideia – que na acção psicológica pouco importa a quem a promove se as populações morrem ou sobrevivem. É o cinismo no seu máximo esplendor.

29.10.09

PCP em síntese

Escreve o director do Avante no respectivo editorial de 29 de Outubro de 2009: «Prossegue em todo o Partido o debate sobre os resultados de cada um e do conjunto dos três actos eleitorais realizados este ano» …
… «Trata-se de um debate colectivo, em que todas as opiniões contam porque todas são contributos para a síntese da soma de todas elas, a que muito justamente chamamos a opinião colectiva».

Dando por inútil comentar para que servem os debates internos do PCP, há aqui duas questões intrigantes:
1) o que é a síntese de uma soma?;
2) depois da sangria de militantes que o partido cultiva, não resta alguém que saiba ler e escrever - para já não dizer que tenha lido sobre Materialismo Dialectico?

12.10.09

Novos ministros


«O Governo foi o que se pôde arranjar num momento destes. O ministro das Finanças é um tal Salazar, de Coimbra. Dizem que é muito bom. O senhor conhece-o? »

Assim falava Gomes da Costa no dia 4 de Junho de 1926.

Não invoco este episódio para assemelhar as circunstâncias. Pelo contrário. Mas não deixo de citar Heidegger, a propósito, quando diz: - Não confio neste, porque não o conheço; não confio naquele, porque o conheço !

E só por curiosidade acrescento do discurso de posse de Salazar:
«Sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que o País estude, represente, reclame, discuta, mas que obedeça quando se chegar à altura de mandar».

10.10.09

Pre'mio e castigo para Obama

Este premio puede ayudarle, pero también dañarle. Es un aguijón. Y una amplificación todavía mayor de su proyección internacional, además del reforzamiento de esta marca tan potente. Pero también una elevación sideral de las expectativas y, en consecuencia, de las posibilidades de decepción y de fracaso. Lo peor sería que se lo creyera. Que se diera por satisfecho con la que ha hecho hasta ahora. Nadie se lo perdonaría. Ni él mismo.

Recortado de El Pais /LLUÍS BASSETS, em 10 Out 2009