Ministre français des affaires étrangères, M. Bernard Kouchner espère toutefois «gagner les cœurs (des afghans) avec un gilet pare-balles». De son côté, le général McChrystal prétend : «Notre affaire, ce n’est pas de tuer le maximum de talibans, mais de protéger la population» . Une idée commune sous-tend de telles proclamations, au-delà du cynisme : celle que le développement social et les opérations de guerre peuvent être menés de front dans un territoire où, pourtant, il est impossible de distinguer les insurgés des civils. Au Vietnam, le journaliste américain Andrew Kopkind avait résumé d’une formule assassine ce genre de «contre-insurrection» : «Bonbons le matin, napalm l’après-midi.» SERGE HALIMI, em: Le Monde Diplomatique
Na guerra colonial que Portugal travou com os povos de África, chamávamos a isto “Acção Psicológica” e havia mesmo uma disciplina com este nome na formação dos militares. De resto, julgo que seja assim nas Forças Armadas dos outros países e desde muito antes de nós.
Na prática, e no caso da minha companhia, que me lembre, a coisa traduzia-se em dar assistência “clínica” às populações por onde passávamos em operação. Isto é, com um pouco de algodão, álcool, água destilada e mercúrio, executar actos médicos ou de enfermagem para que não estávamos geralmente habilitados – por mim falo.
O grande mentor desta táctica nas nossas forças, ao que constava, era o General Spínola. O certo é que nem os curativos nos livraram dos ataques dos guerrilheiros (a que o Governo chamava terroristas) nem Spínola "livrou" o país de perder a guerra. Se os meus curativos improvisados livraram alguma criança ou algum velho, das infecções a que estavam condenados quando os tratei, não faço ideia – que na acção psicológica pouco importa a quem a promove se as populações morrem ou sobrevivem. É o cinismo no seu máximo esplendor.
Na guerra colonial que Portugal travou com os povos de África, chamávamos a isto “Acção Psicológica” e havia mesmo uma disciplina com este nome na formação dos militares. De resto, julgo que seja assim nas Forças Armadas dos outros países e desde muito antes de nós.
Na prática, e no caso da minha companhia, que me lembre, a coisa traduzia-se em dar assistência “clínica” às populações por onde passávamos em operação. Isto é, com um pouco de algodão, álcool, água destilada e mercúrio, executar actos médicos ou de enfermagem para que não estávamos geralmente habilitados – por mim falo.
O grande mentor desta táctica nas nossas forças, ao que constava, era o General Spínola. O certo é que nem os curativos nos livraram dos ataques dos guerrilheiros (a que o Governo chamava terroristas) nem Spínola "livrou" o país de perder a guerra. Se os meus curativos improvisados livraram alguma criança ou algum velho, das infecções a que estavam condenados quando os tratei, não faço ideia – que na acção psicológica pouco importa a quem a promove se as populações morrem ou sobrevivem. É o cinismo no seu máximo esplendor.