29.10.11

Crise... de vocações


A imagem aqui reproduzida é cabeça de um blogue de conteúdos religiosos cujo autor se diz “bacharel e mestre em Teologia”. Com ela, porém, o que eu pretendo é ilustrar o papel dos ateus convidados a participar numa cimeira inter-religiosa, tal como aconteceu no dia 27 em Assis, Itália.

Encontros ecuménicos ficam sempre bem, e quando se trata de rezar pela paz no mundo, a coisa ganha uma importância transcendente... Mas deixam-me confuso: então é preciso pedir a Deus para que o mundo viva em paz? O próprio Deus nunca se terá lembrado disso ou lembrou-se mas não quis ou simplesmente exige um quórum tão grande de requerentes que até os ateus fazem falta para atingi-lo?

A verdade parece-me ser outra mas receio que seja demasiado fastidiosa para expôr aqui. Em todo o caso, vou tentar.

Deus e o Demónio justificam-se mutuamente perante os homens. O Demónio cujo papel consiste em desviar o Homem dos caminhos de Deus, não teria qualquer papel sem Deus. E Deus, se não existisse o Demónio, seria dispensável para a Humanidade. Se o Demónio não existisse, tudo estaria normal, pacífico, estável; logo, nem o poder nem a bondade de Deus fariam qualquer falta ao Homem.


É por isto que a invenção do Demónio é indispensável à invenção de Deus, insisto. Além de resolver outra questão mais prática: sustenta a razão de ser dos “representantes de Deus", e dá a estes a autoridade de que precisam para “explicar” os mistérios sagrados - os quais, sendo mistérios, não é da vontade do Criador que sejam explicados!

Se a Humanidade poderia bem viver sem Deus nem Diabo, sem medo nem pecado, portanto, já os profissionais da religião não poderiam... Será que agora também os ateus vão ter os seus sacerdotes a cobrar uma dízima aos seus discípulos? Ao que chegou a crise... de vocações.

O encontro inter-religioso reuniu representantes de 300 religiões!  Bem poderia chamar-se a cimeira dos 300.

1 comentário:

O Puma disse...

Na verdade o tema
tem sido um grande filão

para todas as arcas