Por mais incrível que pareça, a história que hoje se invoca é, para mim, uma das mais credíveis de todas quantas nos falam os Evangelhos – e não digo isto com ironia.
Conta-nos São João (Jo11,17-27) que estando Lázaro morto e sepultado, Marta comenta para Jesus: “Senhor, se estivesses aqui o meu irmão não teria morrido.” E que, depois deste desabafo angustiado, Jesus trouxe Lázaro de novo para a vida.
“La Résurrection de Lazare” de Mattia Preti (séc. XVII)
Em vez da rejeição imediata e fácil desta ideia de que alguém possa ressuscitar, uma ideia que parece absurda e só consentida no domínio religioso, há gente que estuda o assunto de forma desapaixonada e ideologicamente desinteressada, reunindo testemunhos credíveis, comparando-os, analisando-os.
Também José Rodrigues dos Santos, escritor e jornalista, aborda o assunto na sua obra mais recente, “A Chave de Salomão” onde a ficção deve muito à realidade, segundo afirmou o próprio autor que terá recolhido vários testemunhos..
A meu ver, a questão que se coloca no plano intelectual, é a seguinte: será que a morte é reversível?; será que a morte não é o fim? Isto é, em última análise: será que o conceito de morte tem que ser revisto?
Se assim for, talvez ganhe um sentido novo e inesperado a corrida aos cemitérios neste dia "de finados". E até os mais casmurros dos descrentes, como eu, vão algum dia engrossar a peregrinação aos cemitérios.
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