17.5.15

Portugal é a Grécia?

Num encontro de jovens comunistas em que participei há muitos anos, alguém menos jovem mas não menos comunista, digamos, salientava  a necessidade de ler os jornais. Entre os participantes alguém comentou que não lia o jornal "X" por considerá-lo muito reaccionário. O mais velho, indignado, comentou:
- Se não lês, és ignorante!

Por maioria de razão leio publicações de esquerda, mesmo as mais sectárias, entendendo por sectário aquilo que valoriza e defende tudo o que se faz no "seu" partido, sem nunca criticar os erros ou discordar das opções centrais. No confronto das diferentes versões e com algum sentido crítico próprio, sinto-me mais próximo da verdade.

Aqui fica, por essas razões - e com a maior estima pelo autor, aliás - um artigo do Miguel Urbano Rodrigues no seu indispensável resistir.org


O MÍTICO FIM DA CRISE 



Eles dizem que Portugal já está a sair da crise. Mas, revela-se agora, o número de penhoras duplicou em apenas dois anos . As cobranças coercivas do fisco passaram de 927mil euros em 2013 para mais de dois milhões em 2014. A voracidade fiscal é tamanha que até clientes de restaurantes e lojas são notificados para penhora dos estabelecimentos onde pedem a e-factura com número de contribuinte (o que é uma razão de peso para nunca informar o número quando se faz uma compra). 

Haverá tanta diferença assim entre Portugal e Grécia, como apregoa este governo? Aparentemente a diferença é só de dois anos: Portugal está hoje na mesma situação em que estava a Grécia dois anos atrás.

1 comentário:

antónio m p disse...

Uma curiosidade neste processo por que passa o Syrisa, na Grécia, que é hostilizado pela direita mas também pela esquerda, foi o que aconteceu há poucos dias. Dizia o KKE, partido comunista grego:

«Enquanto nós lutamos por uma sociedade livre de drogas, o Syrisa luta por uma sociedade com drogas livres".

Há radicalismos que não vão às raízes para melhorá-las mas para arrancá-las - digo eu.