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Da minha experiência em anos de actividade em comissões de trabalhadores e vida sindical, raríssimas foram as vezes em que os jornalistas da RTP, enquanto colectivo, foram solidários com as lutas laborais dos restantes trabalhadores. E esse sentimento de casta não mudou.
Como bem alertou Umberto Eco, os jornais, a Rádio, a Televisão, não são orgãos de "comunicação" mas sim orgãos de "difusão" - não inter-agem com os receptores, dirigem-se a eles sem direito a resposta. E isso confere-lhes o poder de dizer o que está bem e o que está mal, o que interessa e o que não interessa... a todos. Nisto, como o mesmo autor evidenciou, a Internet trouxe a diferença, uma vez que aqui o utilizador não só constroi a sua própria programação como se exprime em relação a opiniões de outros. Um problema que os jornalistas e comentadores publicados tentam compensar com a sua própria participação nestes novos meios que apesar de tudo não têm o mesmo poder dos orgãos sociais de difusão.
É nesta lógica de controlo da "Comunicação Social" por parte da direita política, que se inscreve a estratégia privatizadora desta área do espectro partidário, sabendo-se que só a Direita - representante das classes privilegiadas - tem poder económico para aceder à compra dos meios privados de difusão. Pinto Balsemão ou Eduardo Moniz fazem o seu jogo neste campeonato. O PS, como sempre, disputa-o pela parte que representa do mesmo espectro. E por interesses partidários associados.
A liberdade de informação, tal como a Democracia, é a possível. E quanto mais ampla fôr esta, mais larga será aquela. O resto é o modo como cada um tenta ganhar terreno nestes jogos: governos, partidos, jornalistas! E o modo como cada cidadão eleitor, suposto soberano da nação, reflecte na rua e nas urnas de voto a sua opinião. (E nos blogues, ok!)
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