ou: liberdade... revolucionária
À consideração daqueles que virão dentro de poucos dias proclamar as conquistas de Abril (de 1974), invocando justamente o papel do PCP na denúncia e no combate contra o regime de Salazar e Caetano, mas que promovem o regime cubano como democrático e progressista, recomendo a leitura deste pequeno testemunho actualíssimo, para que façam comparações.
«Justamente ayer, la víspera de presentarse en Chile una compilación de mis textos con el título Cuba Libre, me llegó una información de la Aduana General de la República (de Cuba). En ella me confirmaban la confiscación de diez ejemplares de mi libro enviados a través de DHL. En las rancias y breves palabras de la burocracia, me explicaban:
Al realizar la inspección física del envío se detectó documentación cuyo contenido atenta contra los intereses generales de la nación, por lo que se procede a su decomiso en correspondencia a lo establecido en la legislación vigente.
Trato de reproducir la escena de “los especialistas” dilucidando si permitían o no que el libro traspasara las fronteras de esta Isla y llegara hasta mis manos. ¿Buscarían en sus páginas alguna imagen obscena que pudiera ofender la moral? De seguro no la encontraron entre las fotos de vallas inflamadas de consignas políticas, las desvencijadas entrañas de un automóvil abandonado y las banderas cubanas exhibidas en un mercado donde no vale la moneda nacional. Esto último puede parecer obsceno, pero no es mi culpa.
¿Serían celosos doctores de la gramática esos que manosearon las frases de Cuba Libre buscando quizás una errata o un tiempo verbal mal usado? ¿Se trataba acaso de analistas militares, indagando entre los párrafos de mis crónicas por códigos ocultos, revelaciones sobre la economía o documentos secretos de la Seguridad del Estado? Nada de eso hallaron, ni siquiera la receta de cómo fabricar guarapo, esa casi extinta bebida nacional que se logra exprimiendo la caña de azúcar».
Ao recordar o que foi a Censura em Portugal e o papel do jornal Avante na respectiva denúncia, não é possível deixar de "estranhar" o entusiasmo com que os dirigentes do PCP falam hoje sobre Cuba.
Diversamente, muitos outros, "fieis ao espírito de Abril" indignam-se com esse... paradoxo moral e com essa incoerência ideológica que traz prejuízo para o povo cubano e para a "confiança do país" - é um certo conceito de "solidariedade internacional" que torna o PCP carente de autoridade moral aos olhos do eleitorado, num fidelismo ideológico onde não cabem os valores nem o pensamento dos mentores que invocam.
Quando Jerónimo de Sousa diz euforicamente acerca de Cuba que «um povo tem direito a decidir dos seus destinos e a construir o seu futuro, seguindo exemplos de coragem e determinação como o de Cuba Socialista, estão a devolver aos seus povos a sua soberania, os seus direitos e sobretudo a capacidade de acreditar que sim é possível um outro mundo melhor», é evidente que não fala do povo mas sim dos Castros, e isso diz tudo sobre o que o povo português poderia esperar do actual PCP "se e quando" fosse chamado a ser governo!
A foto ao cimo vem do post "Escrita em Dia".
2 comentários:
Cuba o PCP o 25 de Abril de 1974
são suas referencias
pela importância dos seus alvos
Afinal a coisa mexe
A coisa mexe, sim, Eufrázio Filipe. Só não sei se estamos a falar da mesma coisa.
Quanto ao conteúdo do post teria muito gosto em conhecer a sua opinião.
Enviar um comentário