A passagem do Evangelho invocado neste dia pela Igreja Católica (Marcos 13, 33-37) apela à vigilância: «Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento».
Manifestamente, estas palavras são dirigidas aos banqueiros e capitalistas em geral, no sentido de preveni-los para o juízo final em que terão de responder por todas as malfeitorias que fizeram ou mandaram os governantes de direita fazer.
Mas também há quem interprete de outra maneira. A mensagem seria dirigida aos espoliados para que estejam atentos à oportunidade que tanto desejam de “mudar de paradigma” e não se deixem adormecer pelos comentadores nem se deixem embriagar pelos políticos no poder.
Mas é o próprio Jesus que esclarece:
- O que vos digo, digo a todos: Vigiai!
Que as razões de uns e outros sejam diferentes, não é preciso que Deus perca tempo a dizê-lo. Que a oportunidade seja aquela ”em que estejam reunidas as condições objectivas e subjectivas necessárias”, já esclareceu Karl Marx.
Mas porque nem um nem outro sobreviveram à “esperança de vida” do seu tempo, não tenho que ser eu a completar a tese. As condições objectivas estão aí todos os dias nas páginas dos jornais, nos noticiários da rádio e da televisão.
As condições subjectivas, isto é, o grau de descontentamento e a vontade de arrasar o muro, a gota de água que fará transbordar a taça dos sacrifícios, aquele grau de calor que fará a água em vapor, há-de resultar da força de cada um de nós em gestos consequentes.
Voluntários, precisa-se! Para encher a taça, para aquecer a água... e para iluminar o caminho. É preciso gente de coragem porque “o espírito está pronto, mas a carne é fraca”, como se lê neste domingo (Mc 14,17). Isto é, porque a razão pede acção mas o medo impede.
Este é o primeiro Domingo do Advento – diz a Igreja cristã. Tempo de expectativa com a vinda do “Salvador”. Que Deus a ouça!
1 comentário:
O grande problema
foi o orçamento hoje aprovado
na A da R
... e depois querem que os subúrbios
façam milagres
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