Nas águas mornas do comentarismo televisivo ou nas águas quentes do irracionalismo comicial, pululam peixes graúdos e miúdos, e outra bicharada que tem a boca larga e uma fome grande. Não serão águas limpas mas são perfumadas, não serão águas claras mas são iluminadas, não serão águas puras mas são certificadas.
Ali medram, ali comem, ali matam qualquer bichinho magro e impertinente. Vivem de águas paradas, digo paralizantes, do conformismo mais ou menos mascarado.
Um dia cai a máscara e são... o que são!
Falta-lhes a coragem, o arrojo verdadeiro de que dão prova os rios. Basta-lhes a coragem de ficarem margens. Pacíficas, frondosas e sedentas margens, ao rio devem tudo o que as faz viver, mas para que não pareça, blasfemam contra ele, arremessam-lhe pedras. Não blasfemam, discursam; não arremessam, apenas depositam...
Sob o manto diáfano da independência, a nudez crua da subserviência. Da catedral do mágico poder às igrejas do rico capital, estende-se, laranja cor-de-rosa ou amarela, a passadeira que já viu passar os mais suados sapatos de verniz.
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