No dia 28 de Junho estive numa sessão de lançamento do livro “Tempo de Barbárie e Luta”, de Miguel Urbano Rodrigues, desta vez no Clube Literário do Porto.
Embora as intervenções e perguntas fossem para outras latitudes, eu queria ouvi-lo sobre a América-Latina, região que tão bem conhece. Da sua resposta recorto as seguintes passagens, não porque fossem as mais relevantes para ele mas sim para mim:
“a Venezuela é hoje o principal apoio à Revolução Bolivariana” e “sem Hugo Chavez a Revolução Bolivariana desaparece”.
A importância destas afirmações feitas por um grande admirador do regime cubano e defensor do papel político positivo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, com quem conviveu, denunciam dois factos novos: que nem Cuba nem as FARC têm já um papel importante no devir histórico da região. E sendo Chavez um político frágil, enredado em populismo e contradições, e sem garantias de continuidade no Poder, o sonho frustrado de Simon Bolívar terá que esperar por novos heróis e novas circunstâncias que os produzam.
Simón Bolívar, apesar das lutas heroicas e generosas que travou e do legado que deixou para o imaginário da América-Latina, morreu após uma batalha dolorosa contra a tuberculose sem que o seu projecto federalista se realizasse. Chavez, corre o risco de ser vitimado pela doença da nossa época, sem méritos que se comparem aos do seu inspirador histórico. Além do mais, são outras as circunstâncias.
As circunstâncias da revolta mais depressa parecem estar a formar-se na Europa. Assim queiram os escravos do colonialismo económico que alastra no "velho continete", e não faltarão simons-bolívares.
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