Como se nós não o soubessemos já…
Deste concurso de mentiras vale a pena acrescentar a “convicção” de Passos Coelho de que as “reformas estruturais” que estão a ser levadas a cabo em Portugal irão transformar o país «numa das economias mais dinâmicas da Europa».
Quem duvida?!
Entre as reformas em curso está, como se sabe, a alienação do património nacional (e dos próprios portugueses), onde se inclui a venda da TAP. Interessado nesta companhia aérea e em promover “o comércio, o investimento e o turismo”, também andou por aí um outro visitante com igual peso diplomático mas não económico apesar de ser a 3ª maior economia da América Latina: Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia.
Na foto, os dois presidentes e suas Marias
Santos esteve cá dois dias, 15 e 16 de Novembro, um dos quais coincidiu com a Greve Geral da CGTP, o que obrigou o presidente português a furar a greve para recebê-lo. O presidente que em boa hora sucedeu a Álvaro Uribe - o “implacável exterminador” de sindicalistas e opositores políticos – foi recebido com simpatia e honras protoculares, mas os nossos orgãos de informação, ignorantes ou pouco sensíveis à América Latina que extravasa o Brasil, mal deram por quem nos convidava “a participar no grande programa de construção, ampliação e manutenção de infra-estruturas que Bogotá quer concretizar”.
Esta aproximação ou estreitamento de relações económicas de Passos Coelho e Paulo Portas, com a Colômbia social-democrata, parece rivalizar com as negociações económicas de José Sócrates e Manuel Pinho, a seu tempo, com a Venezuela socialista. Mas é manifesta a diferença de vantagens entre a venda da TAP e a venda dos computadores Magalhães – passe o exemplo a título simbólico.
Santos promove negociações de paz com as FARC, em Cuba; Santos abraça o projecto “integrador” da América Latina e Caribe, promovido pela Venezuela para a descolonização económica da região; Santos respeita a soberania dos outros países; Santos não anda cá para nos tramar como frau Merkel… E isso não dá pica.
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