17.4.13

Direita ataca na Venezuela

Grupos radicais associados à direita venezuelana, incendiaram várias sedes do Partido Socialista da Venezuela e desenvolveram outras acções violentas contra pessoas e instalações, nomeadamente contra habitações que foram atribuidas pelo Governo ás famílias mais carenciadas e contra as residências de funcionários da Comissão Eleitoral. Já foram apurados sete mortos e 61 feridos graves.

Entre os alvos da violência da direita estão instalações hospitalares, mas também médicos cubanos que apoiam os serviços de saúde da Venezuela.

Num confronto, pelo menos, dos que ocorreram contra hospitais, assistia-se a uma situação insólita: os agressores que saíam feridos do confronto, terão sido assistidos pelos próprios médicos que estavam a ser atacados!

Tendo os resultados eleitorais do passado domingo, dado a vitória ao candidato “chavista” Nicolás Maduro, o seu opositor de direita Henrique Capriles Radonski, inconformado, incentivou os seus adeptos a manifestarem de forma veemente o seu protesto nas ruas: “descarreguem a vossa raiva”, “salgan con arrechera”. Que o fizessem de forma pacífica, batendo em panelas, eram palavras que a sua linguagem corporal desmentia. E o efeito do seu apelo foi trágico.
Face à exigência de recontagem dos votos, que serviu de pretexto a estas acções violentas, um representante das autoridades perguntou: Porque não apresentam a vossa pretenção junto de quem têm que fazê-lo, o Conselho Nacional Eleitoral?

Na próxima sexta-feira, 19, realiza-se a tomada de posse do novo presidente, a que assistirão, pelo menos, representantes de 15 países, entre os quais se contam a China, o Irão, e a Arábia Saudita.

Porque nada disto ocorre na América… do Norte, ou porque faça lembrar os métodos da direita portuguesa a seguir ao 25 de Abril, é assunto tabu nas nossas estações de televisão. Pudera, com tantas exéquias por Santa Margaret, há lá tempo!

1 comentário:

antónio m p disse...

ADENDA
«Os EUA, preparando o terreno para a legitimação de futuras ações “golpistas”, declarou ser “necessária e prudente a recontagem de votos na Venezuela”, devido a “diferença acirrada” na votação entre os candidatos. Argumento que desconsidera uma eleição legitima, transparente, dentro das regras previstas na Constituição da Venezuela e que contou com mais de 200 observadores internacionais. Quantos aliados “democráticos” dos EUA podem dizer o mesmo de suas “eleições”?»
MAIS:
Obama foi reeleito com 51% dos votos. Cavaco Silva obteve 50,5% em 2006 e 52,95% em 2011.