No evangelho de hoje (João 10, 27-30), Passos Coelho apresenta-se como o Pastor, aquele que cuida de nós, que cura nossas feridas financeiras, que nos ampara quando a austeridade parece impossível de suportar: “Não sejais piegas; vede como os passarinhos vivem felizes sem casa, sem carro, sem televisão, sem escola – voam, cantam e mijam sem nada exigirem do Governo”.
“Eu e o pai somos um” - é uma afirmativa de Jesus no evangelho deste domingo, que é como Vitor Gaspar a falar de Passos Coelho ou este a falar da Merkel ou a Merkel a falar dos especuladores financeiros.
E nós que somos o seu povo e o seu rebanho, deviamos louvar a sua coragem e a sua sabedoria, mas ao invés temos vergonha de dizer que o amamos, que votámos nele, que por ele sacrificaremos os nossos filhos e netos.
Em vez disso pensamos em David quando ainda pastor, que quando via o seu rebanho atacado pelo lobo, se atirava sobre ele e o estraçalhava com a força do seu braço e dos seus dentes. Não percebemos que os deuses escrevem direita por linhas tortas, isto é, combatem o desemprego, desempregando, e recuperam a economia, empobrecendo…
Como somos ingratos. Mereciamos que os nossos nomes fossem escarrapachados na internet em vez das matrículas dos automóveis dos clientes das prostitutas, como fazem as “esposas de Viseu”, para assumirmos de vez a nossa perfídia ou mudarmos finalmente de comportamento.
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