Naquele tempo, disse Jesus aos seus militantes:
«Vendei o que possuís e dai-o em esmola».
(Lucas 12, 32-48)
Dois mil anos mais tarde, os corruptos invocam a “palavra de Deus” para serem perdoados e nunca julgados. É mais fácil os camelos, como nós, pagarmos impostos insuportáveis do que um desses governantes experimentados em finanças pagarem os seus vícios. Pelo contrário, estes são chamados ao reino da Terra – pelo menos desta.
Não sei se "Pepe" Mujica gozará da mesma competência para lidar com a Economia, visto que não estudou na Lusófona nem geriu o BPN. De resto, não possui cartão de crédito nem mesmo conta bancária.
Mas não gozando, enfim, das mesmas crenças que levam muitos agiotas ás igrejas, José Mujica não precisa de acreditar em Deus para ser modesto e justo.
O seu amor à Humanidade, a sua fé no Homem, são-lhe tão naturais como crescerem flores e galinhas na terra que ele trata com as suas mãos, e muito mais naturais do que ser Presidente da República do Uruguai,
ele que foi guerrilheiro contra a ditadura militar, fundador do MLN (Movimiento de Liberación Nacional), e por isso sofreu 14 anos de prisão em diversas unidades militares. Cada justo tem o seu calvário.
Mujica considera que "o indivíduo não é livre quando trabalha, porque está submetido à lei da necessidade". Com efeito, a riqueza que mais aprecia é a liberdade de fazer o que se gostar; a estratégia é o desprendimento. Mujica recebe 12.500 dólares mensais por seu trabalho à frente do país, mas doa 90% de seu salário para ONGs e pessoas carentes. Seu carro é um “fusca”, um velho Folkswagen.
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