Tirar um café na máquina é-lhes tão frequente que se tornou um gesto automático. Daí que, quando o movimento é muito, nem reparam no “pormenor” do pedido: "quase cheio!".
Mais um centímetro de altura ou menos um, poderia ser esquisitice, extravagância, vontade de complicar, se me referisse a um jarro de água ou de vinho, a uma garrafa ou até a um copo, mas numa chávena de café “expresso” ou “simbalino” – para usar uma expressão regional - faz uma diferença “do carago” – para usar outra expressão local.
O que mais irrita é que não há qualquer justificação para que o pedido não seja correctamente atendido – o café gasto é na mesma quantidade e o preço também. Pior: voltar com a chávena à máquina para acrescentar o café que faltou, duplica o trabalho e o tempo dispendido pela trabalhadora. Além de que o resto acrescentado prejudica a qualidade do produto final.
Pessoal competente e com tempo para fazer bem feito é portanto uma receita para a qualidade do serviço e para a satisfação do cliente. É assim no café e na sapataria, no serviço de saúde, no ensino e no governo da nação. É assim na satisfação e no conforto das pessoas, na sua disposição e no contágio para a comunidade.
Mas o episódio, tantas vezes repetido, teve desta vez a minha reclamação e uma desculpa esfarrapada que era mais uma injustificada justificação. Mais irritado ainda, paguei o café e saí sem o tomar mas com um comentário: - Ofereço-lho!
O volume ou o tom ou a má impressão que a ocorrência poderia causar na clientela, levou à intervenção do gerente que admoestou a empregada de mesa que chutou para a colega que acusou o gerente da falta de pessoal, que não tardou a dispensar os seus serviços… Já nem vou projectar o que se terá passado em casa da rapariga quando fez constar o despedimento nas barbas do marido e dos dois filhos.
Para bom entendedor: quando o terreno e o clima são propícios, a mais pequena chama ateia um enorme incêndio pelo que o melhor será “limpar a mata” – e nem sai mais caro do que tê-la queimada.
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